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Governo francês tenta limitar escândalo envolvendo segurança de Macron

O primeiro-ministro disse que o comportamento violento do agente de segurança é "chocante" e que o governo vai fazer o possível esclarecer todos os fatos

Benalla foi visto agredido manifestantes durante protestos do 1º de maio na França (Stoyan Nenov/Reuters)

Benalla foi visto agredido manifestantes durante protestos do 1º de maio na França (Stoyan Nenov/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de julho de 2018 às 15h25.

Paris - O governo da França tentou limitar nesta quinta-feira o escândalo envolvendo um dos responsáveis pela segurança do presidente da República, Emmanuel Macron, que agrediu um manifestante enquanto se passava por policial nos protestos de 1º de maio no país.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, que qualificou de "chocante" o comportamento violento do agente de segurança Alexandre Benalla, afirmou que o governo está "determinado" a fazer o possível para que a investigação preliminar aberta hoje pelo Ministério Público de Paris esclareça todos os fatos.

Philippe reagiu às críticas da oposição na sessão de controle do governo no Senado, sobretudo porque o Palácio do Eliseu não comunicou à Justiça os fatos em que Benalla esteve envolvido, dos quais tinha conhecimento antes da divulgação de um vídeo do ocorrido ontem à noite no site do jornal "Le Monde".

"O assunto está agora nas mãos da Justiça, como deve ser", afirmou o primeiro-ministro, que acrescentou que quer uma investigação aprofundada para tirar "todas as conclusões".

Anteriormente, Philippe tinha defendido a decisão da presidência, que se limitou a sancionar Benalla com uma suspensão de suas funções e do salário por 15 dias, antes de ser destituído como responsável de segurança das viagens de Macron.

O primeiro-ministro reiterou que, na ação policial de 1º de maio, o colaborador de Macron estava só como "convidado" das forças da ordem e, "em nenhum caso, em uma missão para a qual havia sido designado".

O ministro do Interior, Gérard Collomb, afirmou que tanto Benalla como Vincent Crase, um responsável de segurança do partido do presidente que tinha trabalhado pontualmente para o Palácio do Eliseu, tinham sido "autorizados" a assistir à manifestação de 1º de maio como "observadores", mas "sem qualquer legitimidade para intervir".

Collomb condenou "sem ambiguidade um ato inadmissível" que "prejudica" a ação da tropa de choque da polícia, e, por isso, disse que solicitou uma investigação interna à Polícia Nacional.

Além de Benalla ter usado um bracelete e um capacete da polícia sem ser parte da corporação, os agentes da Polícia Nacional permitiram que ele agredisse um manifestante sem que houvesse qualquer reação.

O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, exigiu que o presidente explique se teve algo a ver com a presença de Benalla nesse incidente ou, se não tinha conhecimento do fato, que pedisse desculpas e condenasse o ocorrido.

Em qualquer caso, Mélenchon ressaltou que "a autoridade do Estado ficou comprometida de maneira tão forte que a sanção tem que ser exemplar".

O vídeo da agressão foi gravado por militantes de seu partido, França Insubmissa, que divulgaram o mesmo nas redes em 1º de maio, mas, na época, apresentaram as imagens como um caso de violência policial, pois não reconheceram que o agente em questão não era um policial e sim Benalla.

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