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Governo espanhol e REE esperam "acordo amistoso" com Bolívia

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou que monitorará o reembolso do investimento feito pela subsidiária da REE na Bolívia

A inesperada decisão do presidente boliviano, anunciada ontem em um ato por ocasião das comemorações pelo Dia do Trabalho, surpreendeu Madri e a própria REE, que reconheceu que desconhecia os planos de Morales (Chris McGrath/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2012 às 14h40.

Madri- O governo da Espanha e a estatal Rede Elétrica (REE) esperam conseguir um acordo para que a Bolívia pague uma compensação pela desapropriação da filial da companhia espanhola no país sul-americano, medida que Madri não liga com o caso da YPF na Argentina.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou que monitorará o reembolso do investimento feito pela subsidiária da REE na Bolívia. Embora tenha dito que "este tipo de decisão não agrade" à Espanha, o governo não vê similaridade entre o caso e a desapropriação anunciada em 16 de abril pela Argentina em relação às ações da Repsol na companhia petrolífera YPF.

"Não acreditamos que exista uma situação generalizada. São casos independentes", ressaltou hoje em Bruxelas o ministro da Economia da Espanha, em linha com a primeira avaliação de fontes do Executivo, que consideraram que se trata de um caso "muito diferente".

A inesperada decisão do presidente boliviano, anunciada ontem em um ato por ocasião das comemorações pelo Dia do Trabalho, surpreendeu Madri e a própria REE, que reconheceu que desconhecia os planos de Morales.

O ministro de Energia da Bolívia, Juan José Sosa, confirmou hoje que comunicou ontem ao governo espanhol que a Bolívia vai conversar com diretores da Rede Elétrica Espanhola para reconhecer seus investimentos na filial desapropriada, a Transportadora de Eletricidade (TDE). Sosa disse à rede de televisão "ATB" que falou em tom "bastante amistoso" com o ministro de Indústria da Espanha, José Manuel Soria.

A REE expressou hoje seu desejo de chegar a um "acordo amistoso" com a Bolívia para fixar um preço justo pelo valor da empresa que será nacionalizada. Fontes da companhia espanhola disseram que a empresa se colocou "à disposição" do governo de Evo Morales para definir as negociações pertinentes.


A empresa espanhola destacou também que este processo deve respeitar os princípios internacionais de direito, e lembrou que sua gestão na Bolívia "foi auditada anualmente" pelos órgãos competentes desse país e por multinacionais. A REE lembrou ainda que entre 2002 e 2011 investiu mais de US$ 74 milhões na Bolívia, dos quais US$ 69 milhões se destinaram à rede de transporte local.

A esses US$ 74 milhões devem ser acrescentados US$ 14 milhões destinados a projetos iniciados anteriormente, fazendo com o que o valor total de investimentos chegue a US$ 88 milhões, muito perto dos US$ 91 milhões que representaram a operação de aquisição da empresa boliviana, segundo a REE.

A maioria dos partidos políticos espanhóis lamentou a decisão de Evo Morales. Para o governante Partido Popular (PP), a medida "viola a segurança jurídica" e só prejudica os bolivianos.

Elena Valenciano, a "número dois" do Partido Socialista (PSOE), o principal da oposição, exigiu do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que dê mais explicações sobre o assunto, já que, segundo ela, não houve informações o suficiente. Em entrevista coletiva, a política pediu ainda ao governo uma estratégia de defesa das empresas espanholas na América Latina.

A decisão de Morales recebeu compreensão apenas do partido Esquerda Unida (IU), que a considera "legítima".

Até o momento, o governo espanhol não decidiu nenhuma medida no âmbito diplomático como ocorreu com o caso da desapropriação da YPF pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Na ocasião, o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, convocou o embaixador argentino em Madri, Carlos Bettini, para comunicar a insatisfação do governo espanhol.

A Espanha é o segundo país que mais investe na Bolívia, com US$ 167,7 milhões, superada apenas pelos Estados Unidos.

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Madri- O governo da Espanha e a estatal Rede Elétrica (REE) esperam conseguir um acordo para que a Bolívia pague uma compensação pela desapropriação da filial da companhia espanhola no país sul-americano, medida que Madri não liga com o caso da YPF na Argentina.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou que monitorará o reembolso do investimento feito pela subsidiária da REE na Bolívia. Embora tenha dito que "este tipo de decisão não agrade" à Espanha, o governo não vê similaridade entre o caso e a desapropriação anunciada em 16 de abril pela Argentina em relação às ações da Repsol na companhia petrolífera YPF.

"Não acreditamos que exista uma situação generalizada. São casos independentes", ressaltou hoje em Bruxelas o ministro da Economia da Espanha, em linha com a primeira avaliação de fontes do Executivo, que consideraram que se trata de um caso "muito diferente".

A inesperada decisão do presidente boliviano, anunciada ontem em um ato por ocasião das comemorações pelo Dia do Trabalho, surpreendeu Madri e a própria REE, que reconheceu que desconhecia os planos de Morales.

O ministro de Energia da Bolívia, Juan José Sosa, confirmou hoje que comunicou ontem ao governo espanhol que a Bolívia vai conversar com diretores da Rede Elétrica Espanhola para reconhecer seus investimentos na filial desapropriada, a Transportadora de Eletricidade (TDE). Sosa disse à rede de televisão "ATB" que falou em tom "bastante amistoso" com o ministro de Indústria da Espanha, José Manuel Soria.

A REE expressou hoje seu desejo de chegar a um "acordo amistoso" com a Bolívia para fixar um preço justo pelo valor da empresa que será nacionalizada. Fontes da companhia espanhola disseram que a empresa se colocou "à disposição" do governo de Evo Morales para definir as negociações pertinentes.


A empresa espanhola destacou também que este processo deve respeitar os princípios internacionais de direito, e lembrou que sua gestão na Bolívia "foi auditada anualmente" pelos órgãos competentes desse país e por multinacionais. A REE lembrou ainda que entre 2002 e 2011 investiu mais de US$ 74 milhões na Bolívia, dos quais US$ 69 milhões se destinaram à rede de transporte local.

A esses US$ 74 milhões devem ser acrescentados US$ 14 milhões destinados a projetos iniciados anteriormente, fazendo com o que o valor total de investimentos chegue a US$ 88 milhões, muito perto dos US$ 91 milhões que representaram a operação de aquisição da empresa boliviana, segundo a REE.

A maioria dos partidos políticos espanhóis lamentou a decisão de Evo Morales. Para o governante Partido Popular (PP), a medida "viola a segurança jurídica" e só prejudica os bolivianos.

Elena Valenciano, a "número dois" do Partido Socialista (PSOE), o principal da oposição, exigiu do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que dê mais explicações sobre o assunto, já que, segundo ela, não houve informações o suficiente. Em entrevista coletiva, a política pediu ainda ao governo uma estratégia de defesa das empresas espanholas na América Latina.

A decisão de Morales recebeu compreensão apenas do partido Esquerda Unida (IU), que a considera "legítima".

Até o momento, o governo espanhol não decidiu nenhuma medida no âmbito diplomático como ocorreu com o caso da desapropriação da YPF pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Na ocasião, o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, convocou o embaixador argentino em Madri, Carlos Bettini, para comunicar a insatisfação do governo espanhol.

A Espanha é o segundo país que mais investe na Bolívia, com US$ 167,7 milhões, superada apenas pelos Estados Unidos.

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