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Governo e oposição venezuelana acertam diálogo

Diálogo visa superar a onda de protestos que há dois meses sacode o país

Nicolás Maduro cumprimenta partidários após reunião com membros da oposição em Caracas, 8 de abril de 2014
 (Juan Barreto/AFP)

Nicolás Maduro cumprimenta partidários após reunião com membros da oposição em Caracas, 8 de abril de 2014 (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 22h29.

Caracas - O governo da Venezuela e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) acertaram na noite desta terça-feira iniciar nas "próximas horas" um diálogo sob a supervisão de "facilitadores" da Unasul e do Vaticano visando superar a onda de protestos que há dois meses sacode o país.

"Há alguns acordos que alcançamos e um se refere à decisão de dialogar em termos de respeito mútuo e de igualdade, e de fazê-lo diante de todo o país", disse à imprensa o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, após uma reunião preparatória promovida pelos chanceleres da Unasul, da qual participou o presidente Nicolás Maduro.

"Aspiramos que nas próximas horas ocorra uma reunião formal e pública, a qual os venezuelanos poderão ver e compartilhar", disse o vice-presidente, Jorge Arreaza, que participou do encontro preparatório - de mais de quatro horas - realizado na sede da Chancelaria em Caracas.

Além de Maduro e Arreaza, participaram da reunião o chanceler Elías Jaua, o governador opositor Henry Falcón e chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Arreaza e Aveledo explicaram que o diálogo terá como "facilitadores" os chanceleres de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; Colômbia, María Angela Holguín, e Equador, Ricardo Patiño, além de um representante do Vaticano.

Aveledo estimou que o representante do Vaticano pode ser seu secretário de Estado, Pietro Parolin. "Acertamos a presença de um terceiro de boa fé para que nos ajude neste difícil caminho que estamos prontos para traçar".

Segundo Arreaza, "todos estão convencidos da necessidade de respeitar todos os princípios e disposições da nossa constituição, de rejeitar a violência, de superar a intolerância e de avançar" em busca de uma solução para a crise.

A Venezuela é sacudida há dois meses por uma onda de protestos que já deixou 39 mortos, 600 feridos e mais de 100 opositores detidos, entre eles dois prefeitos e Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular.

Maduro propôs um diálogo nacional no final de fevereiro, mas a MUD rejeitou participar por considerar que não havia condições equilibradas para as negociações.

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