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Governo dos EUA diz que espiã russa detida tinha vínculos com o Kremlin

O governo americano diz que Butina manteve contato com funcionários russos que seriam membros da agência de espionagem durante sua estadia nos EUA

A suposta espiã tinha conexões com a oligarquia russa e solicitou um visto de estudante para residir em Washington (Press Service of Civic Chamber of the Russian Federation/Reuters)
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EFE

Publicado em 18 de julho de 2018 às 14h59.

Washington - Maria Butina, a suposta espiã russa que foi detida no domingo em Washington , estava vinculada com o setor de inteligência do governo da Rússia , a quem tentava beneficiar através de uma rede de contatos influentes na política dos Estados Unidos, indicou nesta quarta-feira o Departamento de Justiça americano.

De acordo a documentos judiciais registrados nesta quarta-feira pelo governo americano, Butina manteve contato com funcionários do governo russo que seriam membros da agência de espionagem FSB, herdeira da KGB soviética, durante sua estadia nos EUA.

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A suposta espiã também tinha conexões com a oligarquia russa e solicitou um visto de estudante para residir em Washington, como parte de uma suposta operação para influenciar a política americana.

As novas informações reveladas pelo Departamento de Justiça com base nas investigações do FBI também apontaram que havia "grande risco" de Butina viajar nos próximos dias e deixar Washington com destino a outros estados, ou que ela simplesmente tentaria fugir das autoridades.

No momento da detenção, o FBI encontrou caixas de mudança em sua casa, onde ela tinha um contrato de aluguel até 31 de julho, segundo o documento em que o governo expôs seus argumentos para que a acusada permaneça em prisão preventiva até seu julgamento.

Esses fatos, segundo o documento, fizeram as autoridades pensarem que Butina pretendia deixar a região de Washington.

A cidadã russa, que já foi acusada formalmente e comparecerá hoje a uma audiência na corte pela primeira vez, teria protagonizado uma suposta operação para tentar favorecer os interesses do Kremlin nos EUA, primeiro a partir do território russo, e depois no americano.

As conexões de Butina, que trabalhava para um alto funcionário russo, a levaram a manter encontros com políticos americanos e com a influente Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o principal grupo de pressão política em favor das armas nos EUA.

A acusação da suposta espiã aconteceu em plena cúpula entre Trump e Vladimir Putin na segunda-feira, na qual o magnata fez declarações polêmicas de que não via razão para a Rússia intervir nas eleições presidenciais de 2016, algo que tentou minimizar ontem após a enxurrada de críticas que recebeu.

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