Governo Dilma não traz risco no cenário internacional
Consultor da Arko Advice afirma que imagem do Brasil não sofreu durante campanha e deve se manter estável
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2010 às 21h32.
Brasília - Durante um bate papo com os internautas promovido por EXAME.com, o cientista político Cristiano Noronha, da Arko Advice, afirmou que a imagem de Dilma Rousseff como ex-guerrilheira não deve afetar as relações exteriores do país. "Isso foi uma situação limite e ficou para trás, não deve interferir no relacionamento do Brasil com outros países", disse ele.
Para o consultor, qualquer um dos dois candidatos que disputavam o segundo turno conseguiria manter a imagem do Brasil no cenário internacional. "Tanto com Serra, como com Dilma, teríamos uma manutenção da imagem do país, os dois mantiveram compromissos como câmbio flutuante, independência do Banco Central e garantia de superávit primário."
Noronha lembra que, em 2002, durante a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o risco Brasil cresceu e o dólar disparou. "Não aconteceu nada disso nessas eleições, mostrando que o Brasil amadureceu", afirmou o cientista político.
Um internauta perguntou se o Brasil poderia virar uma Argentina por ter sido eleita a primeira presidente mulher, mas, de acordo com o consultor, as questões do país não se definem pelo gênero de quem o preside, mas sim pelas decisões tomadas. "O Brasil hoje tem fundamentos muito mais sólidos que a Argentina, é um governo com muito mais credibilidade. A expectativa positiva do mercado existia independente de quem ganhasse, graças aos compromissos assumidos pelos candidatos", explicou Cristiano Noronha. O consultor acredita ainda que a eleição de Dilma Rousseff não deve trazer grandes oscilações à bolsa brasileira.