O governo tem a intenção de aprovar o termo de condições até o início de 2024 (PATRICIA DE MELO MOREIRA/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 16h09.
O governo português anunciou, nesta quinta-feira, a privatização de pelo menos 51% do capital da companhia aérea TAP Air Portugal, despertando o interesse de suas concorrentes europeias, Air France-KLM, Lufthansa e do grupo IAG (British Airways e Iberia).
"O governo aprovou hoje o decreto que dá início ao processo de privatização da TAP", anunciou o ministro das Finanças, Fernando Medina, após a reunião semanal de gabinete — desejando ceder ao menos 51% do capital da empresa e reservando até 5% aos assalariados.
O governo tem a intenção de aprovar o termo de condições até o início de 2024, informou Medina, sem revelar a quantia que o Estado poderá receber nesta operação.
Por enquanto, o governo português definiu vários objetivos estratégicos, como o crescimento da TAP e da plataforma de conexões aéreas em Portugal. A companhia aérea é considerada estratégica porque seus voos ligam uma diáspora global de cidadãos do país, incluindo a maior rede transatlântica que serve o Brasil, e também conectam o continente aos arquipélagos da Madeira e dos Açores no meio do Atlântico.
"O projeto de venda de uma participação na empresa portuguesa TAP é interessante para nós", informou a gigante alemã da aviação, Lufthansa, à AFP, destacando que as duas companhias "se complementariam muito bem, sobretudo graças à rede de rotas da TAP com destino e procedência na América do Sul".
A Tap Air Portugal, cujas dificuldades aumentaram durante a pandemia de Covid-19, foi completamente renacionalizada emergencialmente em 2020, beneficiando-se de uma injeção de recursos públicos de US$ 3,37 bilhões de (cerca de R$ 17,5 bilhões, na cotação da época), acompanhada de um plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia.
Esta não é a primeira vez que Portugal vende uma participação na TAP. Em 2015, o governo concordou em vender 61% da TAP para a Atlantic Gateway, que agrupava investidores, incluindo o empresário da aviação David Neeleman. Poucos meses depois, no entanto, o novo governo socialista de Costa reverteu parcialmente a privatização da TAP, aumentando sua participação para 50% em relação aos 34% anteriores.