Porta-voz do Governo, Andrés Chadwick, assegurou, por sua vez, que "o ânimo do presidente é muito positivo para a reunião com os estudantes" (AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2012 às 23h35.
Santiago - O governo do Chile anunciou nesta sexta-feira que chegou a um acordo com os dirigentes sociais da região de Aysén para impulsionar um pacote de medidas que ajudem a reduzir o isolamento da região - como a criação de uma zona franca -, após semanas de pressão decorrente dos protestos populares.
O ministro da Presidência chilena, Cristián Larroulet, se reuniu nesta sexta-feira por mais de oito horas no Palácio de La Moneda, sede do governo, com um grupo de líderes de Aysén, um dia após a retomada do diálogo entre as duas partes.
Larroulet discursou à imprensa ao lado dos dirigentes sociais e disse que, ao longo da próxima semana, serão criadas mesas de trabalho em Aysén - situada 1.670 quilômetros ao sul de Santiago - para refinar as medidas pactuadas nesta sexta-feira.
'Concluímos com um acordo que vai nos permitir avançar no propósito central do movimento, partilhado pelo governo, de que o isolamento e as dificuldades nas condições de vida dos ayseninos possam ser resolvidas como corresponde', destacou o ministro.
Os habitantes de Aysén iniciaram em meados de fevereiro protestos para contestar o isolamento que sofre a região, que se traduz em problemas de infraestrutura e nos altos preços dos combustíveis e de outros produtos.
Larroulet antecipou que uma das medidas estipuladas é a criação de uma zona franca na região para que os habitantes possam adquirir produtos sem pagar impostos. 'Dadas as características de condições únicas de isolamento da região, (pactuamos) a criação de uma nova institucionalidade na legislação de zonas extremas para que exista uma zona franca regional por isolamento'.
O ministro reconheceu que Aysén 'é a única região do Chile que tem a definição de isolamento' porque não tem acesso terrestre ao restante do país. Segundo ele, os pontos que serão concretizados nas mesas de trabalho se referem a temas como educação, saúde, emprego, moradia, infraestrutura e setores produtivos, como pesca e agricultura.
'Vamos a Aysén para encerrar esse processo', apontou Larroluet, segundo quem as negociações finais ficarão a cargo de subsecretários e chefes de serviço dos diversos ministérios.
O porta-voz do Movimento Social por Aysén, Ivan Fuentes, disse que os dirigentes estão satisfeitos com o acordo e ressaltou que a zona franca representa 'uma enorme oportunidade para a Patagônia'.
Fuentes assinalou que a região está calma no momento, após semanas de violentos confrontos entre policiais e manifestantes. Segundo ele, os habitantes de Aysén desbloquearam estradas e pontes nesta sexta-feira.
'Hoje começamos a ver a luz no fim do túnel', indicou Fuentes, que expressou seu desejo de que a zona franca inclua a venda de combustíveis.