Mundo

Governo argentino recorre ao Supremo

O objetivo do recurso é conseguir ''uma nova declaração de constitucionalidade'' da cláusula antimonopólio da Lei de Meios

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 19h49.

Buenos Aires - O governo da Argentina apresentará um recurso extraordinário na Suprema Corte para que a instância máxima da justiça do país se pronuncie sobre a Lei de Meios e coloque um ponto final na batalha judicial entre a Casa Rosada e o Grupo Clárin.

''Vamos apresentar um recurso ''per saltum'' na Suprema Corte, onde solicitaremos que o tribunal analise imediatamente a causa promovida há algum tempo pelo Grupo Clarín'', disse em entrevista coletiva o ministro argentino de Justiça, Julio Alak.

O objetivo do recurso é conseguir ''uma nova declaração de constitucionalidade'' da cláusula antimonopólio da Lei de Meios, como foi feito na sexta-feira passada pelo juiz de primeira instância Horacio Alfonso, e a retirada da medida cautelar que impede o governo de transferir as concessões que o Clarín tem acima do previsto.

O ministro da Justiça assegurou que se preenchem todos os requisitos para apresentar o recurso extraordinário, o que permite o Supremo Tribunal assumir uma causa antes de todas as instâncias terem sido esgotadas em casos de gravidade institucional.

''A população permanece em angústia e preocupada por uma lei do Congresso não ser aplicada'', disse Alak ao justificar a importância do caso.

O Supremo deverá decidir se aceita este novo recurso ''per saltum''. Em 10 de dezembro, o tribunal negou o pedido anterior feito pelo governo.

A corte também deverá se pronunciar sobre a apelação do governo contra a prorrogação da medida cautelar emitida pela Câmara Civil e Comercial Federal da Argentina em 6 de setembro.

Após o anúncio de Alak, o o grupo Clarín disse em comunicado que ''ao longo de todo este julgamento o Estado incorreu em manobras dilatórias, que se exacerbaram quando a causa estava pronta para sentença''.

''Assim, desde setembro o governo lançou uma inusitada campanha de ameaças e pressões contra a justiça, buscando afugentar todos os magistrados que deviam tomar decisões'', afirmou o Clarín.

Além disso, refutou a posição do governo de que a lei respeita a Constituição argentina e os tratados internacionais.

''Os artigos questionados demonstram o contrário. A liberdade de expressão e outros direitos constitucionais são atacados, ao se desconhecer as licenças dos meios independentes, tirar sustentabilidade dos mesmos, favorecer os grupos paraestatais e restringir os meios de livre criação que não usam espectro radioelétrico'', disse o Clarín.

A Lei de Meios foi aprovada pelo Congresso argentino há mais de três anos, mas a aplicação dos artigos que obrigam os grupos a se desfazerem das concessões que excedam o teto permitido foi adiada em função das medidas cautelares apresentadas na justiça pelo Clarín, o maior conglomerado de comunicação do país.

A Lei de Meios fixa para grupos privados o controle de no máximo 35% do mercado de canais abertos e 35% de televisão fechada, 10 licenças de rádio, 24 licenças de televisão a cabo e uma de televisão por satélite. O Grupo Clarín argumenta que a lei foi criada para ''desmantelar'' a empresa. EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaJustiçaMídiaServiços

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia