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Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 12h35.
Buenos Aires - O governo argentino criticou nesta quinta-feira o caráter opositor da grande "Marcha do Silêncio" realizada ontem em Buenos Aires em lembrança ao promotor Alberto Nisman, morto há um mês em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Segundo o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, não foi "uma marcha para prestar homenagem a ninguém, mas uma manifestação opositora".
O funcionário considerou que "há vontade de desestabilizar" o governo da presidente Cristina Kirchner, que se encontra na reta final de seu segundo e último mandato.
"Sobre a exigência de justiça que foi feita, é preciso lembrar que o governo não administra a justiça, isso corre por conta dos juízes", disse o secretário-geral de presidência à imprensa durante sua chegada à sede do governo.
O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, lamentou as expressões "fortemente agressivas" pronunciadas durante a mobilização contra a governante e assegurou que "havia uma manifestação opositora por trás do silêncio".
"Por trás de cada uma destas manifestações existe um interesse político", acrescentou.
A mobilização, na qual participaram cerca de 400 mil pessoas, segundo fontes da Polícia Metropolitana consultadas pela Agência Efe, transcorreu entre o Congresso e a Praça de Maio de Buenos Aires, diante da sede do Executivo argentino e nas cercanias da Promotoria que era conduzida por Nisman, foi convocada por promotores e contou com a assistência da juíza Sandra Arroyo Salgado, ex-esposa do promotor, e de sua filha mais velha.
A grande marcha, que teve sua réplica em vários pontos do interior do país e no exterior, teve como objetivo prestar uma homenagem a Nisman, que investigava o ataque terrorista de 1994 e foi encontrado morto em 18 de janeiro, em seu apartamento, com um tiro na cabeça, em circunstâncias não esclarecida.