Governador será julgado por exploração sexual infantil
Decisão de levar Bentos, do Partido Nacional, ao Senado para impedir sua cassação foi tomada pela Junta Departamental de Paysandu
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2013 às 13h33.
Montevidéu - O Senado uruguaio abrirá um julgamento político contra o governador do departamento de Paysandu, Bertil Bentos, por sua possível responsabilidade em um caso de exploração sexual infantil em que se envolveu seu secretário-geral, Horacio de los Santos, informou neste sábado a imprensa local.
A decisão de levar Bentos, do Partido Nacional, ao Senado para impedir sua cassação foi tomada pela Junta Departamental de Paysandu depois que os vereadores da região consideraram que não tomou as medidas necessárias para evitar o caso e por não haver realizado uma denúncia policial dos fatos.
A vereadora Patricia Volpe, da Frente Ampla, disse à emissora 'El Espectador' que a decisão foi tomada porque 'havia uma responsabilidade política já que o hierarca máximo precisa cumprir com os cometidos que exige a Lei Orgânica Municipal, ou seja a Superintendência dos bens públicos'.
'Consideramos que os protocolos de controlar o uso dos bens públicos falharam, o que de alguma forma gerou uma vulnerabilidade por onde se colou a rede de exploração sexual', acrescentou.
Horacio, que renunciou logo após ser revelado o caso e que também foi expulso do Partido Nacional no qual militava, era o principal colaborador e assistente do intendente até o momento.
O caso veio à tona na semana passada quando Horacio de los Santos foi detido em uma blitz rotineira na estrada quando dirigia embriagado em um carro que também levava outras pessoas alcoolizadas, entre elas uma menor de idade.
Investigações posteriores descobriram que Santos voltava de uma festa em um prédio de propriedade da intendência de Paysandu onde havia prostitutas menores de idade que consumiram álcool e cocaína.
O organizador da festa foi detido sob acusação de exploração sexual de menores e fornecimento de entorpecentes, enquanto o secretário da intendência foi acusado de 'abuso de funções', por ter permitido a festa no local e não ter denunciado a situação.
Para que o governador seja cassado agora, o Senado precisará votar contra ele com maioria de dois terços, o que em princípio não se alcançaria.