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Gaza: Obama envolvido em crise com pouca margem de manobra

O mandatário americano acaba de ser reeleito e deve voltar parte de sua atenção aos confrontos entre Israel e o Hamas palestino


	Barack Obama: todas as tentativas de relançar um diálogo duradouro fracassaram
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Barack Obama: todas as tentativas de relançar um diálogo duradouro fracassaram (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 22h34.

Washington - Com a crise de Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é trazido de volta para a questão envolvendo israelenses e palestinos na qual não obteve êxitos apesar de seus esforços, em um momento em que o Oriente Médio "pós-Primavera Árabe" o deixa com pouca margem de manobra.

O mandatário americano acaba de ser reeleito e deve voltar parte de sua atenção aos confrontos entre Israel e o Hamas palestino.

"O presidente é informado regularmente (sobre a situação no Oriente Médio) por Tom Donilon", seu conselheiro de segurança nacional, e pela secretária de Estado Hillary Clinton, ressaltou nesta terça-feira o assessor de Donilon, Ben Rhodes, no avião Air Force One entre Mianmar e Camboja, dois países que Obama foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar.

Nesta segunda-feira em Bangcoc, Obama havia afirmado durante uma entrevista coletiva à imprensa que esses disparos de foguetes em direção a Israel tinham "precipitado" a crise em Gaza, e considerou que Israel respondia em legítima defesa.

Os ataques israelenses são efetuados em meio à maior operação contra a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, depois da ofensiva devastadora de dezembro de 2008 - janeiro de 2009, que provocou a morte de cerca de 1.400 palestinos sem conseguir impedir por muito tempo os disparos de foguetes em direção a Israel.


Foi nesse contexto que Obama chegou ao poder, no final de janeiro de 2009. Ele havia prometido se dedicar à retomada do processo de paz, nomeando imediatamente um emissário experiente, o ex-senador George Mitchell.

Todas as tentativas de relançar um diálogo duradouro fracassaram, mesmo quando o presidente colocou seu prestígio em jogo recebendo, em setembro de 2010, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, na Casa Branca. Três meses depois, o diálogo foi rompido, principalmente por causa do congelamento da colonização.

No final de outubro, antes da reeleição de Obama, o especialista do Brookings Institute Justin Vaisse havia afirmado à AFP que o presidente americano não se interessaria muito por uma questão em que ele não vinha conseguido avançar mais do que seus antecessores.

A situação geopolítica de Israel mudou nos dois últimos anos: o presidente egípcio Hosni Mubarak, fiel aliado dos Estados Unidos e garantidor dos acordos de Camp David com Israel, foi derrubado no início de 2011 pela "Primavera Árabe".

Seu sucessor Mohamed Mursi é ligado aos islamitas da Irmandade Muçulmana, movimento que originou o Hamas, no poder em Gaza, o que adiciona um novo elemento complicador a uma equação que inclui também uma eventual ameaça nuclear iraniana a Israel.

Apesar de um governo egípcio, a princípio, menos dócil, Obama continuou a apostar neste ator, conversando por telefone duas vezes com o presidente Mursi na semana passada para pedir que interceda em favor de uma redução da escalada. Ele ligou novamente para seu homólogo egípcio nesta segunda-feira, do Camboja.

"O governo (americano) reconhece que o governo egípcio é o mais bem posicionado para concluir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e procura fazer que os egípcios desempenhem um papel importante para pôr fim à crise atual", comenta Haim Malka, do 'think tank' CSIS, de Washington.

Seu colega Jonathan Schanzer, da Foundation for Defense of Democracies, vê no conflito em Gaza uma guerra "por procuração" entre o Irã e os ocidentais.

"O fato de os Estados Unidos e de muitos países europeus parecerem dar seu sinal verde para uma operação de Israel em Gaza está ligado ao fato de que estamos agora em uma guerra mundial contra o Irã. É uma parte do cálculo estratégico que faz o Ocidente: 'Vamos nos livrar dos iranianos em Gaza e fazer que não possam mais agir lá'", analisa o especialista.

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