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G20 quer frente comum em luta contra o terrorismo

Os dirigentes tentarão mostrar, além disso, sua determinação em alcançar um acordo na crucial conferência climática de Paris


	Luta contra o terrorismo: os dirigentes do G20 estudam respostas concretas para a ameaça terrorista
 (Fatih Aktas / Reuters)

Luta contra o terrorismo: os dirigentes do G20 estudam respostas concretas para a ameaça terrorista (Fatih Aktas / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 14h02.

Os líderes do G20 preparavam nesta segunda-feira, na cúpula de Antalya, Turquia, medidas conjuntas para lutar contra o terrorismo e prevenir novos atentados, depois do de Paris.

Reunidos desde o domingo nesta cidade turca às margens do Mediterrâneo, os dirigentes tentarão mostrar, além disso, sua determinação em alcançar um acordo na crucial conferência climática de Paris, daqui a duas semanas.

Depois de condenações e mensagens de solidariedade para com a França, os dirigentes do G20 estudam respostas concretas para a ameaça terrorista, acentuada depois dos atentados de Paris.

Na véspera, os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, acertaram suas posições sobre a guerra na Síria e, junto a seus colegas na cúpula do G20 na Turquia, prometeram atuar contra os "terroristas estrangeiros".

Dois dias depois que os atentados de Paris reivindicados pelo grupo Estado Islâmicos tornaram mais urgente avançar para uma solução do conflito sírio, Obama e Putin mantiveram uma inesperada reunião bilateral informal, a primeira desde o início, há um mês, da intervenção russa para apoiar o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Os dois líderes pediram na cúpula de Antalya (sudoeste da Turquia) uma "transição política dirigida por sírios, precedida de negociações sob mediação das Nações Unidas", assim como a negociação de um cessar-fogo.

A reunião internacional realizada no sábado, em Viena, permitiu que os chefes da diplomacia de 17 países, liderados pelos Estados Unidos e Rússia, fixassem um calendário concreto para a transição política na Síria, mas sem chegar a um acordo sobre a saída de Assad do poder, como exigem os países ocidentais e árabes.

O anfitrião do encontro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu que a cúpula enviará uma mensagem dura contra o terrorismo.

Neste contexto, e duas semanas após sua vitória nas eleições legislativas, o homem forte da Turquia quer aproveitar a oportunidade para reafirmar seu papel na crise.

Os líderes do G20 pretendem tomar medidas contra a crescente circulação de terroristas estrangeiros, segundo um rascunho da declaração final da cúpula obtida pela AFP.

As principais economias do planeta concordaram em "compartilhar informações operacionais, fazer uma gestão de fronteiras para detectar deslocamentos, tomar medidas preventivas, dar uma resposta judicial adequada e fazer um reforço da segurança aérea internacional", segundo o texto.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertiu contra qualquer tentativa de transformar a política europeia de refugiados em função dos atentados em Paris.

"Quem cometeu os atentados são exatamente as pessoas de que fogem os migrantes e, por isso, não é preciso revisar o conjunto da política europeia em termos de refugiados", declarou.

A questão veio à tona quando as autoridades gregas indicaram que um passaporte sírio encontrado pela polícia francesa em um dos locais dos ataques em Paris pertencia a um solicitante de asilo que se cadastrou em outubro passado em uma ilha grega, aonde chegam milhares de migrantes.

Clima e economia

Duas semanas antes da Conferência do Clima de Paris (COP21), o encontro do G20, que termina nesta segunda-feira, deverá também enfatizar a necessidade de se chegar a um ambicioso acordo contra a mudança climática.

Os líderes do G20 estão determinados a alcançar um acordo em Paris que respeite o objetivo de limitar o aquecimento do planeta a dois graus.

"O G20 reafirma o objetivo (de limitar o aumento da temperatura mundial) a 2 graus centígrados e está determinado a adotar um protocolo, outro instrumento legal ou um acordo com valor jurídico", afirma o rascunho, que ainda deve ser aprovado pelos chefes de Estado e de Governo.

A reunião de Paris, com apoio da ONU, acontecerá de 30 de novembro a 11 de dezembro. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, advertiu na semana passada que ainda resta um trabalho "considerável" para alcançar um acordo.

As divergências afetam vários pontos: a ajuda financeira dos países do Norte aos do Sul para financiar as políticas climáticas, as metas a longo prazo ou a distribuição do esforço contra o aquecimento entre países desenvolvidos, emergentes e pobres.

Já o dossiê econômico discutirá a desaceleração da economia chinesa, que preocupa os mercados e os países emergentes.

Em uma reunião prévia à cúpula, os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) alertaram que a economia mundial se encontra numa "zona de perigo" e pediram para que se reforce a política macroeconômica dentro do G20.

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