G20 fecha acordo de indicadores para medir desequilíbrio global
A reunião contou com os ministros de Finanças das principais economias do mundo
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2011 às 09h13.
Paris -Os ministros de Finanças das principais economias do mundo fecharam neste sábado um acordo paliativo para medir os desequilíbrios da economia global, depois que a China conseguiu evitar o uso de taxas cambiais e reservas monetárias como indicadores.
Christine Lagarde, ministra francesa de Finanças que presidiu a cúpula, disse que o acordo entretanto representa um passo significativo para aprimorar a coordenação das políticas econômicas ao redor do globo, no intuito de evitar outra crise financeira.
"As negociações foram francas, às vezes tensas, e conduziram a um compromisso final que não pode ser atribuído a nenhuma delegação em particular, mas que garanto representar um espírito de comprometimento e ambição", declarou ela em uma coletiva de imprensa.
Ministros e presidentes de Bancos Centrais concordaram com uma lista de indicadores que incluem dívidas públicas e déficits fiscais, poupança e empréstimo privados, a balança comercial e outros componentes do balanço de pagamentos, como os fluxo líquido de investimento.
Mas, por insistência da China, não houve menção à taxa de câmbio real nem às reservas de moeda estrangeira.
"As reservas foram deixadas de lado", disse Lagarde, acrescentando que o acordo contemplou um mecanismo para levar em conta as taxas cambiais quando da avaliação do balanço de pagamentos total.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais acusam a China de manter o iuan artificialmente desvalorizado para impulsionar suas exportações e acumular grandes reservas de moeda estrangeira, que afirmam distorcer a economia mundial.
O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, repetiu depois das conversas que a moeda chinesa "continua substancialmente depreciada" e que sua taxa cambial real não se alterou muito apesar de sua lenta apreciação desde uma reforma em junho passado.
A segunda maior economia do mundo, que superou o Japão na semana passada, resistiu à pressão ocidental para revalorizar significativamente sua moeda para ajudar a reequilibrar o crescimento global.
O superávit comercial da China encolheu ultimamente, talvez explicando por que o país prefere essa medida.