Mundo

Fuzil usado contra Trump foi a arma mais utilizada em chacinas nos EUA na última década

Inspirada no fuzil M-16, arma semiautomática permite personalizações e uso de munições que podem tornar até mesmo um atirador inexperiente em uma séria ameaça de segurança

Donald Trump: dispositivos encontrados no carro do atirador em meio a investigação do atentado (Anna Moneymaker/AFP)

Donald Trump: dispositivos encontrados no carro do atirador em meio a investigação do atentado (Anna Moneymaker/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de julho de 2024 às 13h33.

Última atualização em 15 de julho de 2024 às 10h26.

Tudo sobreDonald Trump
Saiba mais

Um fuzil semiautomático AR-15 foi recuperado pelas autoridades policiais americanas no local do atentado contra o ex-presidente dos EUA Donald Trump, durante um comício na noite de sábado em Butler, Pensilvânia. Anunciado como "o fuzil da América" pela National Rifle Association (NRA), o AR-15 está no centro do debate armamentista no país, por se tratar de um equipamento com alto potencial de dano, usado em mais de metade das chacinas promovidas por extremistas em solo americano.

Líderes mundiais condenam tentativa de assassinato de Trump

O AR-15 voltou a entrar no mercado de armas após o fim da proibição federal de armas de assalto em 2004. Eles podem ser personalizados com miras telescópicas fáceis de comprar e outros acessórios que podem tornar até mesmo um atirador não treinado em uma ameaça letal. O fuzil semiautomático foi utilizado em alguns dos ataques a tiros mais mortais da História recente do país.

Histórico de violência com AR-15

Foi com essa arma de guerra que um jovem de 20 anos matou a mãe e seguiu para a escola de ensino fundamental de Sandy Hook, em Connecticut, onde assassinou 26 pessoas, incluindo 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos, em 2012.

O fuzil também foi empunhado por um atirador que abriu fogo contra o público de um festival de música country em Las Vegas, em 2017, e matou cerca de 60 pessoas. De acordo com um levantamento feito pelo jornal Washington Post, no ano passado, a arma foi utilizada em 10 dos 17 piores atentados no país desde 2012.

A venda e posse de fuzis do tipo AR-15 e outras armas semiautomáticas de estilo militar são proibidas apenas em nove estados americanos: Washington, Califórnia, Nova York, Connecticut, Nova Jersey, Massachusetts, Maryland, Illinois e Delaware. Apesar disso, a arma segue extremamente popular. De acordo com dados compilados pela Universidade Georgetown em 2021, cerca de 24,6 milhões de americanos possuem fuzis AR-15.

Suspeitas e investigação

Segundo dois investigadores das forças de segurança ouvidas em anonimato pela Associated Press neste domingo, a principal suspeita é de que a arma disparada contra Trump tenha sido comprada pelo pai do atirador, cerca de seis meses antes do atentado.

Leve, preciso e com pouco recuo, o Colt Armalite Rifle-15 Sporter foi a primeira versão civil do rifle militar M16, quando chegou ao mercado na década de 1960. Ele tinha um sistema operacional de gás patenteado que permitia disparos e recarga rápidos. A arma suportava facilmente um carregador de 20 cartuchos, era fácil de desmontar e foi comercializada, em um dos primeiros anúncios da Colt, para caçadores, campistas e colecionadores.

Características técnicas do AR-15

O fuzil pode ser montado para disparar tiros mais pesados ​​​​ou leves, como calibre .22 e calibre .308, mas mais comumente dispara tiros de 5,56 milímetros e tem um alcance efetivo entre 450 e 730 metros — nas mãos de um atirador treinado, a precisão nessa distância é difícil, mas possível, especialmente se o rifle for sustentado por bipés ou sacos de areia que possam estabilizar o balanço do cano. (Com NYT)

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições EUA 2024Estados Unidos (EUA)Atentado contra Trump

Mais de Mundo

Evo Morales diz ser vítima de 'guerra jurídica brutal' após nova ordem de prisão

Hamas afirma que acordo é "possível" se Israel não estabelecer novas condições

Pentágono diz ter 'indícios' de que soldados norte-coreanos morreram ou foram feridos na Ucrânia

Embaixada da França reabre na Síria após 12 anos fechada