Futuro embaixador dos EUA ainda vê Coreia do Norte como ameaça nuclear
O futuro embaixador americano na Coreia do Sul disse que a cúpula mudou o cenário e que a suspensão das manobras vão provar se Kim Jong-un fala sério
EFE
Publicado em 14 de junho de 2018 às 16h16.
Washington - Indicado a ocupar o cargo de embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Harry Harris sustentou nesta quinta-feira que Washington ainda deve se preocupar com a "ameaça nuclear" norte-coreana, apesar dos progressos feitos durante a recente cúpula de Singapura.
"Acredito que ainda devemos nos preocupar com a ameaça nuclear", opinou Harris em discurso durante uma audiência perante o Comitê das Relações Exteriores do Senado.
Esta declaração contrasta com a afirmação feita pelo presidente americano, Donald Trump, que depois de se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em 12 de junho, garantiu que a ameaça nuclear por parte de Pyongyang tinha acabado.
Trump escreveu no Twitter que "já não há uma ameaça nuclear da Coreia do Norte. Me reunir com Kim Jong-un foi uma experiência interessante e muito positiva. A Coreia do Norte tem um grande potencial para o futuro!"
Mas Harris concordou com Trump sobre suspender as manobras militares que anualmente realizam de maneira conjunta as Forças Armadas americanas e sul-coreanas.
"Nos encontramos em uma situação radicalmente diferente. Acredito que todo o cenário mudou e considero que deveríamos suspender as manobras para ver se, de fato, Kim Jong-un fala sério", afirmou o almirante aposentado durante seu discurso perante os senadores.
Embora a princípio a decisão de Trump tenha surpreendido tanto o Japão como a Coreia do Sul, os principais aliados americanos na região, como o próprio comando do Exército dos EUA na região do Indo-pacífico, Washington está decidido a cancelar estes exercícios por enquanto.
De fato, diversos veículos de imprensa locais afirmaram nesta quinta-feira que o Pentágono já está estudando uma "suspensão indefinida" dessas manobras militares, enquanto continuam as negociações entre Washington e Pyongyang.