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Furacão Dorian avança para EUA após provocar devastação nas Bahamas

Pelo menos 61.000 pessoas estariam precisando de ajuda alimentar nas Bahamas, estimou a ONU nesta terça

Bahamas: furacão Dorian avançava lentamente em direção à costa sudeste dos EUA (Michelle Cove/Reuters)

Bahamas: furacão Dorian avançava lentamente em direção à costa sudeste dos EUA (Michelle Cove/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 09h27.

O furacão Dorian avançava lentamente nesta quarta-feira em direção à costa sudeste dos Estados Unidos como uma tempestade perigosa de categoria 2, depois de provocar sete mortes e deixar um rastro de destruição nas Bahamas.

O primeiro-ministro do arquipélago do Caribe, Hubert Minnis, informou à imprensa que até o momento foram registradas sete mortes.

O chefe de Governo advertiu que o número de vítimas pode aumentar e classificou Dorian como "uma das maiores crises na história de nosso país".

O Centro Nacional de Furacões (NHC) americano, com sede em Miami, informou que o "centro da tempestade avançará perigosamente para a costa leste da Flórida e a costa da Geórgia na quarta-feira à noite".

Às 9H00 GMT (6H00 de Brasília), Dorian avançava no sentido norte-noroeste a 13 km por hora, com ventos de até 165 km/h, segundo o NHC.

Imagens aéreas da ilha Grande Ábaco, nas Bahamas, exibidas pela CNN mostram cenas de danos catastróficos, com centenas de casas sem teto, carros virados, enormes inundações e escombros por todos os lados.

"Partes de Ábaco estão dizimadas. Há grandes inundações, danos severos às casas, comércios e outros edifícios e infraestruturas", disse Minnis.

"Os habitantes das Bahamas suportaram horas e dias de terror, temendo por suas vidas e as de seus entes queridos", completou.

"Esta é uma crise de proporções épicas, talvez a pior que já vivemos", disse o ministro do Interior, Marvin Dames.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos enviou helicópteros MH-60 Jayhawk à ilha Andros, no sul do arquipélago, para ajudar com as tarefas de busca e resgate, enquanto os moradores presos em suas casas inundadas faziam chamados desesperados.

Mas as pistas do Aeroporto Internacional de Grand Bahama, em Freeport, estavam debaixo d'água, complicando os esforços de resgate.

O site Bahamas Press publicou um vídeo da inundação do Rand Memorial Hospital de Freeport, e disse que os pacientes tiveram que ser evacuados.

Yasmin Rigby, moradora de Freeport, disse à AFP que "a maior parte da ilha permanece inundada". A chuva continua, assim como as rajadas de vento.

"Quem puder me ajudar, sou Kendra Williams. Vivo em Heritage. Estamos debaixo d'água; estamos no telhado", escreveu uma residente de Grand Bahama, em um SMS ao qual a AFP teve acesso.

"Alguém pode por favor nos ajudar (...) Eu e meus seis netos e meu filho estamos no telhado", acrescentou.

Segundo um primeiro boletim da Cruz Vermelha, cerca de 13.000 casas podem ter sido danificadas ou destruídas, e o furacão causou "danos consideráveis" nas ilhas Ábaco e Grande Bahama.

Pelo menos 61.000 pessoas estariam precisando de ajuda alimentar nas Bahamas, estimou a ONU nesta terça, que se prepara para enviar duas equipes de avaliação.

Extremamente perigoso

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu prudência.

"Pode ser que os Estados Unidos tenham um pouco de sorte a respeito do furacão Dorian, mas, por favor, não baixem a guarda", tuitou o presidente.

"Enquanto segue para a costa, podem acontecer coisar muito ruins e imprevisíveis", completou.

O furacão, que deixou 760 mm de chuvas nas Bahamas, caiu na terça-feira para categoria 2, em uma escala máxima de 5, com ventos de 175 km/h, mas continua sendo extremamente perigoso enquanto se desloca lentamente para os Estados Unidos.

As autoridades declararam estado de emergência em grande parte da costa leste do país, onde milhões de habitantes poderiam estar na trajetória de Dorian.

O Pentágono informou que 5.000 membros da Guarda Nacional e 2.700 militares estão prontos para atuar em caso de necessidade.

Na Flórida, os efeitos de Dorian já eram sentidos, com fortes chuvas e possíveis tornados.

Em Coconut Grove, os residentes reuniam provisões para atender as vítimas do arquipélago.

Assim como outras 9.500 pessoas na Flórida, Stefanie Passieux esperava a passagem do ciclone junto com seus dois filhos e sua mãe em um dos 121 abrigos, segundo dados da agência de gestão de emergências do estado.

"Vim ontem assim que abriu. Dizem que estamos em estado de emergência, por isso vim", disse.

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