Lima - Promessas de países ricos de quase 10 bilhões de dólares a um fundo verde para ajudar países pobres a lidar com o aquecimento global estão "longe de serem suficientes", especialmente a falta de compromisso da Austrália, afirmou o chefe da delegação da China na conferência climática da ONU nesta quinta-feira.
Su Wei também pediu a todos os países ricos para aprofundar seus cortes previstos nas emissões de gases do efeito estufa , sinalizando que um anúncio conjunto da China e dos Estados Unidos no mês passado sobre reduções nas emissões não significa o fim das diferenças profundas na política climática.
Falando durante as negociações em Lima, Su disse que as promessas dos doadores, no mês passado, totalizando 9,7 bilhões de dólares para um novo Fundo Verde do Clima da Organização das Nações Unidas, para ajudar as nações em desenvolvimento a reduzir as emissões e a se adaptar às mudanças climáticas, eram apenas uma pequena parte do dinheiro necessário.
"Está longe de ser adequado", disse ele em uma entrevista coletiva, notando que os países desenvolvidos concordaram em 2009 a mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de fontes públicas e privadas, até 2020 para ajudar os países pobres que lutam contra secas, ondas de calor, inundações e elevação dos níveis dos mares.
"Ainda há uma grande diferença em relação à meta de 100 bilhões de dólares por ano até 2020", disse ele.
A Austrália é o principal país desenvolvido que não tem contribuído para o fundo, alegando que prefere, por ora, se concentrar em programas de ajuda interna.
"Não é uma boa notícia (sobre) a Austrália, se é verdade que o país se recusa a dar dinheiro para o fundo", disse Su. Os maiores doadores são os Estados Unidos, com até 3 bilhões de dólares, e o Japão, com 1,5 bilhão de dólares.
Representantes de cerca de 190 países estão reunidos no Peru, para trabalhar em um acordo climático da ONU previsto para ser aprovado em Paris no ano que vem.
Os países em desenvolvimento queriam 15 bilhões de dólares para o Fundo Verde até o início da cúpula climática em Lima para ajudar a estimular o progresso.
Su também disse que os cortes de gases do efeito estufa planejados pelos países ricos antes de 2020 eram muito pequenos e pediu um endurecimento.
Em um comunicado conjunto no mês passado, Pequim disse que tem como objetivo atingir o pico de suas emissões crescentes em 2030, a primeira vez em que foi estabelecido um limite máximo, e os Estados Unidos anunciaram que irão tentar reduzir as emissões em 26 a 28 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2025.
- 1. Multiplicação das cabras
1 /8(Getty Images)
Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o
aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
2. Adeus ao cafezinho 2 /8(Alex Silva)
O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
3. Aumento de problemas cardíacos 3 /8(David Silverman/Getty Images)
É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
4. Queda na capacidade trabalho 4 /8(Getty Images)
Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
5. Maratonas mais lentas 5 /8(Einar Hansen/ StockXchng)
Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
6. Uvas não curtem calor, logo... 6 /8(Getty Images)
As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
7. Mais metano, mais aquecimento 7 /8(Ian Joughin, University of Washington)
Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global.
Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
8. Guarda-chuva para os Pólos? 8 /8(Divulgação)