Mundo

Funcionário é morto ao exigir máscara a cliente e gera comoção na Alemanha

O funcionário de um posto, um estudante de 20 anos, recusou-se a atender um cliente que não estava usando máscara. O homem voltou na sequência e sacou um revólver

Máscara: em crime brutal, homem matou um funcionário do posto por ser solicitado a usar a proteção (AFP/AFP)

Máscara: em crime brutal, homem matou um funcionário do posto por ser solicitado a usar a proteção (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 10h32.

Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 10h34.

O homicídio de um funcionário em um posto de gasolina na Alemanha, no último sábado, 18, por se negar a registrar as compras de um cliente sem máscara, gerou fortes reações no país.

O assassino de 49 anos, morador de Idar-Oberstein, foi detido, segundo anunciou a polícia da Renânia-Palatinado em um comunicado na segunda-feira, 20.

O funcionário, um estudante de 20 anos, recusou-se a atender o cliente, que queria comprar cervejas, por não estar usando máscara de proteção contra o coronavírus.

Irritado, o homem saiu da loja, deixando as cervejas no balcão. Voltou uma hora e meia depois, de máscara, mas tirou-a para provocar uma reação do caixa.

Depois de ser novamente solicitado a usar sua máscara da maneira correta, o cliente sacou um revólver e atirou no estudante, que morreu na hora, relatou a polícia.

Máscara: em crime brutal, homem matou um funcionário do posto por ser solicitado a usar a proteção (AFP/AFP)

O suspeito se apresentou no dia seguinte na delegacia.

O homem disse aos policiais que se sentiu "acuado" pelas medidas de combate à pandemia da covid-19, considerando-as como uma "crescente violação de seus direitos" e que não viu "outra saída", disse ontem o promotor Kai Fuhrmann.

Os investigadores revistaram seu apartamento, onde encontraram a arma do crime, assim como outras armas de fogo e munições.

O prefeito de Idar-Oberstein, Frank Frühauf, lamentou esse ato "terrível". Os moradores depositaram flores e velas em frente ao posto de gasolina.

A ministra da Agricultura, Julia Klöckner, do partido conservador de Angela Merkel, CDU, na região, disse ter ficado chocada com o assassinato.

No Twitter, a líder ambientalista Katrin Göring-Eckardt afirmou estar "profundamente abalada" com a morte do jovem, "resultado cruel do ódio", segundo ela.

A polícia não especificou se o assassino faz parte do movimento "Querdenker" ("Pensadores Livres"). Este grupo se tornou a principal voz crítica das restrições sanitárias impostas na Alemanha durante a pandemia.

Em abril deste ano, os serviços de Inteligência da Alemanha anunciaram que estavam monitorando membros do Querdenker, sob suspeita de vínculo com o extremismo de direita.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.
Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCoronavírusViolência urbana

Mais de Mundo

Kremlin concorda com Trump que ucranianos poderão um dia se tornar russos

Plano “Motosserra 2.0” entra em vigor na Argentina com extinção de importante Secretaria

Ucrânia vai oferecer 'contratos lucrativos' aos EUA em troca de segurança, diz Zelensky

Ameaçado por tarifas, comércio entre Brasil e EUA bateu recordes após a pandemia