Cientistas recriaram os poluentes que vêm da queima de combustíveis fósseis (AFP/Getty Images/David McNew)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2012 às 15h19.
Nova York - A fumaça liberada pelos motores a diesel entrou na lista dos elementos considerados cancerígenos pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIRC), uma agência da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 1988, o CIRC, com sede em Lyon, França, incluiu a fumaça do diesel na lista de gases possívelmente cancerígenos (grupo 2A), lembrou o Centro nesta terça-feira, após uma reunião de trabalho.
Os especialistas reunidos em Lyon consideram que já existem provas suficientes de que a exposição a esta fumaça está relacionada a um risco maior de câncer de pulmão, e, em consequência, incluíram-na na lista (Grupo 1) de elementos cancerígenos.
"Os testes científicos são irrefutáveis, e as conclusões do grupo de trabalho foram unânimes: a fumaça liberada pelos motores a diesel causa câncer de pulmão", declarou o médico Christopher Portier. "A exposição a essa mistura química deve ser reduzida no mundo inteiro."
Os especialistas também constataram uma "associação positiva" a um risco maior de câncer de bexiga, porém com base em elementos mais limitados.
O grupo de trabalho concluiu que a fumaça dos motores a gasolina "talvez seja cancerígena (Grupo 2B), classificação sem alteração desde a avaliação anterior, em 1989".
Desde 1971, os pesquisadores avaliaram mais de 900 agentes, dos quais 400 foram classificados como cancerígenos ou potencialmente cancerígenos.
"É sabido há tempos que o diesel é uma escolha sanitária ruim, e que esta política pública (destinada a promover o seu uso) é um erro", afirmou o médico Patrice Halimi, secretário-geral da associação Saúde Meio Ambiente França, que reúne 2,5 mil médicos.
O diesel tem fama de ser melhor para o clima do que o motor a gasolina, por gerar menos CO2 por quilômetro, mas libera partículas finas, que provocam mortes.
O diesel também emite dióxido de nitrogênio (NO2), responsável por doenças respiratórias e cardiovasculares.