Franco expõe ao Congresso plano de governo do Paraguai
Federico Franco, um médico liberal que foi eleito como vice-presidente há quatro anos, assumiu a Presidência após o rápido processo de impeachment de Fernando Lugo
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2012 às 19h28.
Assunção - O presidente paraguaio, Federico Franco, apresentou nesta quarta-feira seu plano de governo ao Congresso em busca de apoio financeiro para os próximos 14 meses de gestão, após assumir o poder no lugar do destituído Fernando Lugo, com o Paraguai isolado diplomaticamente pelos vizinhos.
Franco, um médico liberal que foi eleito como vice-presidente há quatro anos, assumiu a Presidência após o rápido processo de impeachment de Lugo por mau desempenho de suas funções na sexta-feira.
Vários governos da região se recusaram a reconhecer o novo presidente porque consideram que Lugo não teve garantias suficientes em seu julgamento político no Congresso, que lhe deus apenas duas horas para a sua defesa.
Franco visitou líderes militares na sua qualidade de comandante-em-chefe das Forças Armadas e ordenou mudanças no comando do Exército, da Marinha e no Regimento da Escolta Presidencial.
Também se reuniu com autoridades da Câmara dos Deputados e do Senado junto à sua recém nomeada equipe econômica.
Em discurso sereno e amigável com o mercado, ele pediu a aprovação de créditos de organismos internacionais para 480 milhões de dólares considerados vitais para financiar o orçamento de 2012 e estimular a economia, que neste ano deve se contrair 1,5 por cento, segundo dados oficiais.
Além disso, pediu aos parlamentares apoio para a instalação de uma fábrica de alumínio da multinacional Rio Tinto Alcan com um investimento de 3,5 bilhões de dólares e anunciou a negociação de uma dívida com bancos europeus para liberar as reservas internacionais do país de eventuais embargos.
O novo presidente também solicitou que o orçamento de 2013 não contenha aumentos nos gastos correntes e que se complete o quórum no Banco Central com a nomeação de dois diretores cujos cargos estão vazios.
Os parlamentares se comprometeram perante Franco a nomear rapidamente um vice-presidente, disse o deputado Ramón Gómez a jornalistas.
A Constituição prevê que o Congresso deve nomear um vice-presidente se a mudança de governo ocorrer na parte final do mandato, que se estende até agosto de 2013.
Franco disse que sua prioridade seria "arrumar a casa" apesar das críticas dos países da região, muitos dos quais acreditam que ocorreu no Paraguai uma quebra democrática, e do próprio Lugo, que mantém reuniões constantes com seus colegas em um escritório do partido.
O ex-bispo disse na terça-feira, em entrevista à Reuters, que "só um milagre" poderia levá-lo de volta ao poder. Pouco antes, ele sugeriu que poderia ser um candidato na lista de senadores da coalizão esquerdista Frente Guasu nas eleições de abril do próximo ano.
O Paraguai foi suspenso de participar da cúpula do Mercosul -bloco que o país integra com Argentina, Brasil e Uruguai-, que se reunirá na sexta-feira em Mendoza, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu enviar uma missão para investigar o ocorrido.
O chanceler paraguaio, José Félix Fernández Estigarribia, disse que a missão da OEA chegaria no domingo.
"Aqui não existem campos de concentração ocultos. Deixe-os vir e revisar o que eles quiserem. Têm o máximo respeito das autoridades paraguaias", afirmou o ministro a uma rádio local.
Lugo anunciou manifestações pacíficas contra a sua deposição, principalmente no interior, onde tem uma base de apoio forte. Mas as manifestações não estavam lotadas e na capital, Assunção, tudo transcorria conforme um dia normal.
Cerca de 2.000 pessoas, principalmente camponeses, protestaram na Cidade do Leste, na fronteira com o Brasil, enquanto centenas saíram às estradas dos departamentos de Concepción, em San Pedro e Caazapá, com faixas de apoio ao presidente destituído e bandeiras paraguaiais.
Na capital, Assunção, o dia transcorria normalmente.
"As pessoas estão confusas em função do que aconteceu. Não estava entre as prioridades do público entrevistado que Lugo sairia do poder", disse à Reuters Enrique Chase, que dirige a consultoria Instituto de Comunicación y Arte (ICA).
Segundo Chase, a percepção era de que Lugo estava fazendo uma boa gestão no campo econômico, mas não politicamente. "Ele teve mal-entendidos no manuseio das negociações com seu principal aliado, o Partido Liberal. Ele perdeu a bola", disse.
Assunção - O presidente paraguaio, Federico Franco, apresentou nesta quarta-feira seu plano de governo ao Congresso em busca de apoio financeiro para os próximos 14 meses de gestão, após assumir o poder no lugar do destituído Fernando Lugo, com o Paraguai isolado diplomaticamente pelos vizinhos.
Franco, um médico liberal que foi eleito como vice-presidente há quatro anos, assumiu a Presidência após o rápido processo de impeachment de Lugo por mau desempenho de suas funções na sexta-feira.
Vários governos da região se recusaram a reconhecer o novo presidente porque consideram que Lugo não teve garantias suficientes em seu julgamento político no Congresso, que lhe deus apenas duas horas para a sua defesa.
Franco visitou líderes militares na sua qualidade de comandante-em-chefe das Forças Armadas e ordenou mudanças no comando do Exército, da Marinha e no Regimento da Escolta Presidencial.
Também se reuniu com autoridades da Câmara dos Deputados e do Senado junto à sua recém nomeada equipe econômica.
Em discurso sereno e amigável com o mercado, ele pediu a aprovação de créditos de organismos internacionais para 480 milhões de dólares considerados vitais para financiar o orçamento de 2012 e estimular a economia, que neste ano deve se contrair 1,5 por cento, segundo dados oficiais.
Além disso, pediu aos parlamentares apoio para a instalação de uma fábrica de alumínio da multinacional Rio Tinto Alcan com um investimento de 3,5 bilhões de dólares e anunciou a negociação de uma dívida com bancos europeus para liberar as reservas internacionais do país de eventuais embargos.
O novo presidente também solicitou que o orçamento de 2013 não contenha aumentos nos gastos correntes e que se complete o quórum no Banco Central com a nomeação de dois diretores cujos cargos estão vazios.
Os parlamentares se comprometeram perante Franco a nomear rapidamente um vice-presidente, disse o deputado Ramón Gómez a jornalistas.
A Constituição prevê que o Congresso deve nomear um vice-presidente se a mudança de governo ocorrer na parte final do mandato, que se estende até agosto de 2013.
Franco disse que sua prioridade seria "arrumar a casa" apesar das críticas dos países da região, muitos dos quais acreditam que ocorreu no Paraguai uma quebra democrática, e do próprio Lugo, que mantém reuniões constantes com seus colegas em um escritório do partido.
O ex-bispo disse na terça-feira, em entrevista à Reuters, que "só um milagre" poderia levá-lo de volta ao poder. Pouco antes, ele sugeriu que poderia ser um candidato na lista de senadores da coalizão esquerdista Frente Guasu nas eleições de abril do próximo ano.
O Paraguai foi suspenso de participar da cúpula do Mercosul -bloco que o país integra com Argentina, Brasil e Uruguai-, que se reunirá na sexta-feira em Mendoza, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu enviar uma missão para investigar o ocorrido.
O chanceler paraguaio, José Félix Fernández Estigarribia, disse que a missão da OEA chegaria no domingo.
"Aqui não existem campos de concentração ocultos. Deixe-os vir e revisar o que eles quiserem. Têm o máximo respeito das autoridades paraguaias", afirmou o ministro a uma rádio local.
Lugo anunciou manifestações pacíficas contra a sua deposição, principalmente no interior, onde tem uma base de apoio forte. Mas as manifestações não estavam lotadas e na capital, Assunção, tudo transcorria conforme um dia normal.
Cerca de 2.000 pessoas, principalmente camponeses, protestaram na Cidade do Leste, na fronteira com o Brasil, enquanto centenas saíram às estradas dos departamentos de Concepción, em San Pedro e Caazapá, com faixas de apoio ao presidente destituído e bandeiras paraguaiais.
Na capital, Assunção, o dia transcorria normalmente.
"As pessoas estão confusas em função do que aconteceu. Não estava entre as prioridades do público entrevistado que Lugo sairia do poder", disse à Reuters Enrique Chase, que dirige a consultoria Instituto de Comunicación y Arte (ICA).
Segundo Chase, a percepção era de que Lugo estava fazendo uma boa gestão no campo econômico, mas não politicamente. "Ele teve mal-entendidos no manuseio das negociações com seu principal aliado, o Partido Liberal. Ele perdeu a bola", disse.