Franco afirma que país não continuará dando energia a Brasil
''O Paraguai tem que se fazer respeitar e Brasília e Buenos Aires têm que saber que terminou a época que o presidente do Paraguai recebia benefícios'', disse Franco
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 18h49.
Assunção- O presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta quinta-feira que seu governo não continuará cedendo ao Brasil e à Argentina o excedente de energia das hidrelétricas binacionais de Itaipu e Yacyretá que o país tem direito mas não utiliza.
''O Paraguai tem que se fazer respeitar e Brasília e Buenos Aires têm que saber que terminou a época que o presidente do Paraguai recebia benefícios em troca do usufruto de nossa energia gerada'', disse Franco em discurso durante um almoço com representantes do Clube de Executivos do Paraguai.
''Busquei a palavra ceder no dicionário e significa não esperar nada em troca. Não podemos esperar uma recompensa econômica por isso. A palavra ceder quer dizer dar a energia'', argumentou o líder em declarações reproduzidas pela rádio ''Primero de Marzo''.
Franco destacou que ''hoje a energia paraguaia é dada ao Brasil e à Argentina'', o que foi negado nesta quinta-feira pelo porta-voz da chancelaria brasileira, o embaixador Tovar Nunes, que afirmou que seu país paga pela energia que recebe do Paraguai da Itaipu.
''Me recuso a pensar que este seja o destino deste país. Temos o compromisso de entregar antes do fim do ano ao Congresso uma lei de política energética'', insistiu o governante paraguaio.
O chefe de Estado voltou a defender o projeto de instalação de uma fábrica de processamento de alumínio da multinacional canadense Rio Tinto Alcan, que consumirá parte da energia de Itaipu que atualmente é cedida ao Brasil.
Com um investimento de até US$ 4 bilhões, a fábrica será instalada no leste do Paraguai, caso as negociações de Franco se concretizem.
O presidente espera que Rio Tinto atraia um parque industrial para a área. O líder luta pela concretização desse projeto apesar das advertências de especialistas, que dizem que a Rio Tinto consumirá mais energia que o Paraguai terá no futuro.
Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo, é compartilhada pelo Brasil e Paraguai, sendo que cada um tem direito à metade da energia gerada. Como o Paraguai utiliza em torno de 10% de sua parte, o resto acaba no Brasil, que desde o ano 2011 paga pelo excendente RS$ 360 milhões anuais.
O preço foi triplicado nesse ano, após longas negociações lideradas pelo ex-presidente Fernando Lugo, que tinha feito desse aumento uma bandeira desde a campanha eleitoral que o levou ao poder, em 2008.
As declarações de Franco surgem no momento que seu país se encontra suspenso temporariamente do Mercosul, em uma decisão adotada pelo Brasil, Argentina e Uruguai em 29 de junho, sete dias depois da destituição de Lugo por meio de um ''julgamento político'' parlamentar.
Os três membros do bloco regional impuseram essa sanção após considerarem que ocorreu uma ruptura democrática no Paraguai.
Assunção- O presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta quinta-feira que seu governo não continuará cedendo ao Brasil e à Argentina o excedente de energia das hidrelétricas binacionais de Itaipu e Yacyretá que o país tem direito mas não utiliza.
''O Paraguai tem que se fazer respeitar e Brasília e Buenos Aires têm que saber que terminou a época que o presidente do Paraguai recebia benefícios em troca do usufruto de nossa energia gerada'', disse Franco em discurso durante um almoço com representantes do Clube de Executivos do Paraguai.
''Busquei a palavra ceder no dicionário e significa não esperar nada em troca. Não podemos esperar uma recompensa econômica por isso. A palavra ceder quer dizer dar a energia'', argumentou o líder em declarações reproduzidas pela rádio ''Primero de Marzo''.
Franco destacou que ''hoje a energia paraguaia é dada ao Brasil e à Argentina'', o que foi negado nesta quinta-feira pelo porta-voz da chancelaria brasileira, o embaixador Tovar Nunes, que afirmou que seu país paga pela energia que recebe do Paraguai da Itaipu.
''Me recuso a pensar que este seja o destino deste país. Temos o compromisso de entregar antes do fim do ano ao Congresso uma lei de política energética'', insistiu o governante paraguaio.
O chefe de Estado voltou a defender o projeto de instalação de uma fábrica de processamento de alumínio da multinacional canadense Rio Tinto Alcan, que consumirá parte da energia de Itaipu que atualmente é cedida ao Brasil.
Com um investimento de até US$ 4 bilhões, a fábrica será instalada no leste do Paraguai, caso as negociações de Franco se concretizem.
O presidente espera que Rio Tinto atraia um parque industrial para a área. O líder luta pela concretização desse projeto apesar das advertências de especialistas, que dizem que a Rio Tinto consumirá mais energia que o Paraguai terá no futuro.
Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo, é compartilhada pelo Brasil e Paraguai, sendo que cada um tem direito à metade da energia gerada. Como o Paraguai utiliza em torno de 10% de sua parte, o resto acaba no Brasil, que desde o ano 2011 paga pelo excendente RS$ 360 milhões anuais.
O preço foi triplicado nesse ano, após longas negociações lideradas pelo ex-presidente Fernando Lugo, que tinha feito desse aumento uma bandeira desde a campanha eleitoral que o levou ao poder, em 2008.
As declarações de Franco surgem no momento que seu país se encontra suspenso temporariamente do Mercosul, em uma decisão adotada pelo Brasil, Argentina e Uruguai em 29 de junho, sete dias depois da destituição de Lugo por meio de um ''julgamento político'' parlamentar.
Os três membros do bloco regional impuseram essa sanção após considerarem que ocorreu uma ruptura democrática no Paraguai.