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França suspende cônsul por vender botes a migrantes

O ministro das Relações Exteriores da França anunciou a suspensão de uma cônsul honorária na Turquia que vendia botes a imigrantes

Migrantes chegam à ilha grega de Lesbos (Louisa Gouliamaki/AFP)

Migrantes chegam à ilha grega de Lesbos (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2015 às 00h01.

Paris - O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta sexta-feira a suspensão de uma cônsul honorária na Turquia, acusada de utilizar uma placa com o emblema oficial em uma loja onde vendia botes aos migrantes que tentam chegar à Europa pelo Mediterrâneo.

"O ministro vem para ordenar sua suspensão", informou à AFP o ministério francês das Relações Exteriores, respondendo a uma polêmica levantada por um programa de televisão da rede France 2 que mostrou que a loja de artigos marítimos de Françoise Olcay na localidade de Bodrum tinha uma placa que a identificava como "agência consular francesa".

"Sua suspensão será notificada" pela cônsul-geral da França em Istambul.

Françoise Olcay exercia esta função desde outubro de 2014. Na reportagem da France 2, realizada com uma câmera escondida, a ex-cônsul reconhece que vende botes e coletes salva-vidas aos refugiados que arriscam suas vidas para chegar à costa grega.

Em suas declarações, Olcay admite que indiretamente participa da rede do tráfico de pessoas e afirma que as autoridades turcas também fazem parte destas redes.

Ao ser interrogada sobre o motivo pelo qual segue com esta atividade, a ex-cônsul responde que se ela não o fizer, outros vão ocupar seu lugar.

Na praia do balneário de Bodrum naufragou o barco no qual viajava o menino Aylan Kurdi, cujas fotos morto de barriga para baixo na areia comoveram o mundo inteiro.

Os cônsules honorários, que cumprem geralmente sua missão sem cobrar, têm um estatuto especial entre os funcionários, já que podem exercer atividades remuneradas.

Sua função principal é manter um contato próximo com a comunidade de expatriados e suas competências estão limitadas à proteção e assistência dos cidadãos de seu país, devido ao seu conhecimento do lugar ou seus contatos com as atividades locais.

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