Mundo

França revela plano para evitar envolvimento na guerra síria

Ministro do Interior francês revelou uma série de políticas para impedir que seus cidadãos se envolvam na guerra civil da Síria


	Homem ferido caminha em uma rua após o que os ativistas dizem ser um ataque à bomba de forças leais ao presidente Bashar al-Assad, em Alepo, na Síria
 (Firas Badawi/Reuters)

Homem ferido caminha em uma rua após o que os ativistas dizem ser um ataque à bomba de forças leais ao presidente Bashar al-Assad, em Alepo, na Síria (Firas Badawi/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 21h04.

Paris - O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, revelou nesta terça-feira uma série de políticas para impedir que seus cidadãos se envolvam na guerra civil da Síria, almejando evitar que jovens muçulmanos franceses se tornem radicais e ameacem seu país natal.

A França, que vem sendo uma das opositoras mais veementes do presidente sírio, Bashar al-Assad, estima que cerca de 700 franceses estão envolvidos direta ou indiretamente no conflito sírio, dos quais um terço está lutando contra o governo.

O presidente francês, François Hollande, transformou em prioridade a repressão a células terroristas violentas e operadores radicais que planejam ataques domésticos desde que Mohamed Merah, um atirador que vivia em Toulouse e se inspirava na Al Qaeda, matou sete pessoas em março de 2012.

Mas com o conflito sírio entrando em seu quarto ano, o governo tem sido cada vez mais criticado por não conseguir impedir seus cidadãos - alguns de 15 anos - de seguir para a Síria.

"A França tomará todas as medidas para dissuadir, evitar e punir aqueles que estão tentados a lutar onde não têm motivos para estar", disse Hollande a repórteres nesta terça-feira.

Destacando os temores de Paris, no fim de semana quatro jornalistas franceses que voltaram da Síria depois de serem sequestrados por um grupo ligado à Al Qaeda disseram que alguns de seus captores são francófonos.

Falando à TV France 2 antes de revelar oficialmente as novas medidas na quarta-feira, Cazeneuve disse que estas ações podem chegar à privação da nacionalidade francesa, nos moldes da nova legislação britânica introduzida no ano passado.


Os pais serão incentivados a alertar sobre comportamentos suspeitos em seus filhos através de uma linha de telefone, e as autoridades serão enviadas de imediato para avaliar a situação.

"O Islã francês não é radical... o que precisamos é evitar este comportamento. Menores e adolescentes muitas vezes são frágeis e podem cair nas mãos de pregadores do ódio e de recrutadores", disse Cazeneuve.

No total, 20 medidas serão apresentadas, e as que não exigem nova legislação serão implementadas nos próximos dias.

Cazeneuve ainda disse que os menores de idade não poderão sair da França sem consentimento dos pais e que os nomes daqueles identificados como desejosos de se juntar à Jihad serão repassados para os outros 27 países membros da União Europeia.

Cidadãos franceses que voltaram da Síria poderão agora receber acusações criminais automaticamente por fazer parte de uma organização terrorista, disse ele.

"Este é um plano abrangente para combater um fenômeno que está progredindo rapidamente", disse uma fonte do governo.

"A ideia é lidar com o problema desde quando alguém está em seu quarto assistindo a vídeos jihadistas até o momento em que estão pegando o ônibus... para a fronteira entre Turquia e Síria".

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadEuropaFrançaGuerrasPaíses ricosPolíticosSíria

Mais de Mundo

Com esgotamento do chavismo, Maduro enfrenta desafio mais difícil nas urnas desde 2013

Dinastia Trump S.A.: Influência de família em campanha sinaliza papel central em possível governo

Após mais de 100 mortes em protestos, Bangladesh desliga internet e decreta toque de recolher

Opinião: A hegemonia do dólar deve ser terminada

Mais na Exame