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França enfrenta primeiro escândalo sexual com Strauss-Kahn

Vida sexual dos políticos franceses costuma ser mantida em segredo no país; analistas consideram que caso favorece Nicolas Sarkozy

Casal Anne Sinclair e Strauss-Kahn, no centro da foto: esposa diz que marido é inocente (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2011 às 14h29.

Paris - A França, que sempre praticou uma grande tolerância em relação à vida privada de seus dirigentes, enfrenta seu primeiro escândalo sexual com a detenção de Dominique Strauss-Kahn, principal rival de Nicolas Sarkozy, acusado de agressão sexual e tentativa de estupro.

"Não acredito nem por um segundo nas acusações apresentadas contra meu marido. Não tenho dúvida de que sua inocência será provada", afirmou no domingo Anne Sinclair, jornalista francesa que casou-se em 1991 com Strauss-Kahn.

Brilhante economista de 62 anos, Dominique Strauss-Kahn dirige desde 2007 o Fundo Monetário Internacional (FMI). Chamado de DSK pela imprensa francesa, era, até este final de semana, o grande favorito socialista para disputar as eleições presidenciais de 2012.

O chefe do FMI registrava nas últimas pesquisas uma taxa de popularidade de 51%, junto com 26% das intenções de voto no primeiro turno, contra 21,5% para o atual presidente Nicolas Sarkozy.

Mas sua prisão em Nova York, sob acusação de "agressão sexual, retenção ilegal (cárcere privado) e tentativa de estupro" de uma camareira em um hotel da rede Sofitel em Manhattan, pela qual pode ser condenado a até 20 anos de prisão, lançou a França na lama de seu "primeiro escândalo sexual ao estilo anglo-saxão", afirmou em seu editorial o jornal Liberation (esquerda).

Dirigentes políticos e artistas sempre gozaram na França de certa tolerância por parte da mídia e dos franceses em geral, sob o argumento de que as infidelidades, aventuras ou relacionamentos adúlteros são assuntos da esfera privada.

Bernadette Chirac, de 78 anos, casada com o ex-presidente francês Jacques Chirac desde 1956, admite que sua vida de casal não foi "sempre cor-de-rosa".

"Ele tinha um sucesso formidável. Era um homem atraente, alegre, conquistador (...) Felizmente os anos passam", dizia Bernadette Chirac.

O caso que mais causara escândalo no país até hoje foi a vida dupla do falecido presidente socialista François Mitterrand, casado desde 1944 com Danielle Mitterrand.

Em 1994, a França ficou sabendo que Mitterrand tinha uma filha de 20 anos, fruto de seu relacionamento com uma museóloga que há anos vivia em um apartamento oficial protegida por uma escolta.

Desta vez, entretanto, o alvoroço traz características mais graves, uma vez que se trata de uma suposta tentativa de estupro. Se confirmada, a acusação afastará o político socialista - que já era bastante criticado pelo elevado padrão de vida que mantém - definitivamente da corrida presidencial.

"Uma coisa é certa: Dominique Strauss-Khan não será o próximo presidente da República Francesa", afirmou nesta segunda-feira o jornal Le Figaro, que prevê "o desaparecimento do cenário prometido pela esquerda em 2012".

A imagem de Strauss-Kahn deixando a delegacia do Harlem com as mãos algemadas por si só já provocou um duro golpe no Partido Socialista, e embora sua cúpula negue que a expulsão de DSK causa "a decapitação do PS", alguns analistas, como Juan Pablo Brunel, não titubeiam em dizer que "o principal beneficiário deste escândalo chama-se Nicolas Sarkozy".

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Paris - A França, que sempre praticou uma grande tolerância em relação à vida privada de seus dirigentes, enfrenta seu primeiro escândalo sexual com a detenção de Dominique Strauss-Kahn, principal rival de Nicolas Sarkozy, acusado de agressão sexual e tentativa de estupro.

"Não acredito nem por um segundo nas acusações apresentadas contra meu marido. Não tenho dúvida de que sua inocência será provada", afirmou no domingo Anne Sinclair, jornalista francesa que casou-se em 1991 com Strauss-Kahn.

Brilhante economista de 62 anos, Dominique Strauss-Kahn dirige desde 2007 o Fundo Monetário Internacional (FMI). Chamado de DSK pela imprensa francesa, era, até este final de semana, o grande favorito socialista para disputar as eleições presidenciais de 2012.

O chefe do FMI registrava nas últimas pesquisas uma taxa de popularidade de 51%, junto com 26% das intenções de voto no primeiro turno, contra 21,5% para o atual presidente Nicolas Sarkozy.

Mas sua prisão em Nova York, sob acusação de "agressão sexual, retenção ilegal (cárcere privado) e tentativa de estupro" de uma camareira em um hotel da rede Sofitel em Manhattan, pela qual pode ser condenado a até 20 anos de prisão, lançou a França na lama de seu "primeiro escândalo sexual ao estilo anglo-saxão", afirmou em seu editorial o jornal Liberation (esquerda).

Dirigentes políticos e artistas sempre gozaram na França de certa tolerância por parte da mídia e dos franceses em geral, sob o argumento de que as infidelidades, aventuras ou relacionamentos adúlteros são assuntos da esfera privada.

Bernadette Chirac, de 78 anos, casada com o ex-presidente francês Jacques Chirac desde 1956, admite que sua vida de casal não foi "sempre cor-de-rosa".

"Ele tinha um sucesso formidável. Era um homem atraente, alegre, conquistador (...) Felizmente os anos passam", dizia Bernadette Chirac.

O caso que mais causara escândalo no país até hoje foi a vida dupla do falecido presidente socialista François Mitterrand, casado desde 1944 com Danielle Mitterrand.

Em 1994, a França ficou sabendo que Mitterrand tinha uma filha de 20 anos, fruto de seu relacionamento com uma museóloga que há anos vivia em um apartamento oficial protegida por uma escolta.

Desta vez, entretanto, o alvoroço traz características mais graves, uma vez que se trata de uma suposta tentativa de estupro. Se confirmada, a acusação afastará o político socialista - que já era bastante criticado pelo elevado padrão de vida que mantém - definitivamente da corrida presidencial.

"Uma coisa é certa: Dominique Strauss-Khan não será o próximo presidente da República Francesa", afirmou nesta segunda-feira o jornal Le Figaro, que prevê "o desaparecimento do cenário prometido pela esquerda em 2012".

A imagem de Strauss-Kahn deixando a delegacia do Harlem com as mãos algemadas por si só já provocou um duro golpe no Partido Socialista, e embora sua cúpula negue que a expulsão de DSK causa "a decapitação do PS", alguns analistas, como Juan Pablo Brunel, não titubeiam em dizer que "o principal beneficiário deste escândalo chama-se Nicolas Sarkozy".

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