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França enfrenta nova onda de greve contra reforma previdenciária

A greve teve grande adesão no início da manhã nos transportes, principalmente no metrô de Paris, nos trens suburbanos da região de Paris e nas ferrovias provinciais, onde a circulação era quase nula

Protestos França (FREDERICK FLORIN/AFP/Getty Images)

Protestos França (FREDERICK FLORIN/AFP/Getty Images)

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AFP

Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 11h36.

Os sindicatos franceses buscam, nesta terça-feira, 31, com novas greves e manifestações, manter o pulso contra a reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron, que, depois de ter perdido a batalha da opinião pública, espera conquistar o apoio do Parlamento.

A greve teve grande adesão no início da manhã nos transportes, principalmente no metrô de Paris, nos trens suburbanos da região de Paris e nas ferrovias provinciais, onde a circulação era quase nula.

Quase duas semanas depois de levar às ruas mais de um milhão de pessoas, segundo as autoridades - o dobro, para os sindicatos -, os opositores esperam muito mais manifestantes na França, onde a rejeição da atual reforma avança entre a opinião pública.

"A primeira-ministra [Élisabeth Borne] não pode continuar ignorando esta formidável mobilização que se criou: 'Ouça o descontentamento que está sendo expresso em todos os lugares'", pediu Laurent Berger, líder do CFDT, o principal sindicato, na segunda-feira.

Borne assegurou no domingo que o adiamento progressivo até 2030 da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos "não era mais negociável", enfurecendo a oposição de esquerda, que pediu uma "moção popular de censura" nas ruas, onde foram convocadas 240 manifestações.

A segunda maior economia da União Europeia (UE) vive um novo dia de greve que atinge especialmente o transporte público em Paris e os trens regionais na França, além da educação pública, onde metade dos professores da pré-escola infância ao ensino médio não trabalhará.

Onze mil policiais e gendarmes protestarão na França, 4.000 deles em Paris, indicou o ministro do Interior, Gérald Darmanin, que apelou a protestos "sem incidentes graves". Os serviços de inteligência esperam um total de 1,2 milhão de manifestantes.

O novo dia de protesto pode aumentar a tensão na Assembleia Nacional (câmara baixa), que iniciou na véspera a revisão da reforma e tem menos de uma semana para debater as 7.000 emendas apresentadas antes de chegar ao plenário na segunda-feira.

Com a já anunciada rejeição da frente de esquerda do Nupes e da extrema direita, o governo espera o apoio do partido de direita Os Republicanos (LR), favorável a uma reforma, mas dividido sobre ela, afirmou seu deputado Stéphane Viry um dia antes.

Sabendo que seus votos são fundamentais, os legisladores da LR aumentam suas exigências sobre a reforma em vários dos pontos mais impopulares: melhor consideração para mulheres sem carreira de trabalho contínua, para aquelas que começaram a trabalhar jovens, entre outros.

No entanto, o adiamento da aposentadoria para 64 anos e a antecipação para 2027 da exigência de contribuir por 43 anos - e não 42 como atualmente - para receber uma pensão completa provoca a oposição da opinião pública, que avança, apesar do esforço do governo para convencê-la do contrário.

Em Haia, Emmanuel Macron, de 45 anos, voltou a defender na segunda-feira uma reforma "indispensável", especialmente quando a idade de aposentadoria na França é uma das menores da Europa, para "salvar" um sistema que, segundo o governo, enfrentaria um déficit no futuro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou seu apoio ao presidente francês na segunda-feira, manifestando-se a favor de uma reforma que, juntamente com a aprovada sobre o seguro-desemprego, permitiria à França reduzir a sua dívida pública, que supera 110% do PIB.

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