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França e Alemanha prometem apoiar a Ucrânia com armas

Durante cerimônia na Universidade de Sorbonne para marcar o 60.º aniversário do Tratado do Eliseu, que selou as relações pós-guerra entre os dois países, os dois líderes reafirmaram o apoio à Ucrânia

“Continuaremos dando todo o apoio à Ucrânia, o tempo que for necessário”, prometeu Scholz (Michael Sohn/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2023 às 16h39.

A Alemanha e a França renovaram neste domingo os pedidos por um alinhamento maior da Europa para conter as ambições imperialistas do presidente russo, Vladimir Putin , e projetar os valores democráticas da União Europeia durante um encontro entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris.

Durante cerimônia na Universidade de Sorbonne para marcar o 60.º aniversário do Tratado do Eliseu, que selou as relações pós-guerra entre os dois países, os dois líderes reafirmaram o apoio à Ucrânia pelo “tempo que for necessário” e de maneira “inabalável”.

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“Continuaremos dando todo o apoio à Ucrânia, o tempo que for necessário”, prometeu Scholz, ao lado do presidente Macron, também enfatizando a necessidade de “defender nosso projeto de paz europeu”.

A Alemanha e a França representam as principais forças da UE, bloco que busca reformar uma economia que não pode mais contar com petróleo ou gás baratos da Rússia após a invasão da Ucrânia, que impactou a segurança energética e a estabilidade social europeias.

“Hoje lutamos lado a lado para fortalecer a soberania da Europa” disse Scholz em seu discurso. “Não é mais uma questão de evitar uma guerra dentro de nossa união, é sobre preservar e defender a paz e os valores europeus contra forças internas, mas, acima de tudo, contra ameaças externas.”

Macron afirmou, por sua vez, que, “perante os perigos, devemos manter o ideal de uma Europa que é unida e em total controle de seu destino”.

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia há quase 11 meses, “nossa união não se dividiu e não fugiu de suas responsabilidades”. “Nosso apoio inabalável à população ucraniana continuará em todas as áreas”, afirmou.

Pressão por armamento

As declarações ocorreram enquanto Berlim sofre pressão para fornecer a Kiev seus tanques Leopard, apontados pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, como os mais eficazes contra as forças russas.

O Leopard 2, de fabricação alemã, é um dos principais tanques do mundo, usado por décadas pelo Exército alemão e pelos militares de diversos outros países europeus. Atualmente há mais de 2 mil deles em arsenais de países europeus. Com motor a diesel, o tanque foi projetado para enfrentar equipamentos soviéticos em batalha, precisamente o tipo que a Rússia tem usado até agora.

Dos países europeus, 12 já disseram estar dispostos a doar alguns de seus Leopards 2 a Kiev. Eles, no entanto, têm a obrigação contratual de obter autorização da Alemanha, na condição de país fabricante, para fazer isso. Berlim reluta em concedê-la, por entender que Moscou pode considerar isso um envolvimento excessivo.

Em declarações neste domingo, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, criticou a decisão da Alemanha, chamando a posição do país de “inaceitável”.

“A atitude da Alemanha é inaceitável. Já se passou quase um ano desde que a guerra começou. Há pessoas inocentes morrendo todos os dias”, disse o primeiro-ministro polonês à agência de notícias local PAP. “As bombas russas estão causando estragos nas cidades ucranianas. Alvos civis estão sendo atacados, há mulheres e crianças morrendo.”

A Alemanha condiciona a doação aos EUA também enviarem à Ucrânia o seu tanque de guerra principal, o M1 Abrams. Os EUA, por sua vez, argumentam que os Leopards estão disponíveis em abundância, enquanto o Abrams consome muita gasolina, tem manutenção custosa e seria muito difícil abastecer no campo de batalha ucraniano.

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