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Forças federais e milícias operam contra narcotráfico

Milícias mexicanas que garantem combater o narcotráfico no estado de Michoacán (oeste) aliaram-se neste fim de semana às forças federais

Polícia Federal patrulha ruas de Apatzingán, no México: operação terminou com a detenção de 14 suspeitos (Hector Guerrero/AFP)

Polícia Federal patrulha ruas de Apatzingán, no México: operação terminou com a detenção de 14 suspeitos (Hector Guerrero/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 08h57.

Morelia - As milícias mexicanas que garantem combater o narcotráfico no estado de Michoacán (oeste) aliaram-se neste fim de semana às forças federais para uma operação em Apatzingán, reduto do cartel Os Cavaleiros Templários.

A operação terminou com a detenção de 14 suspeitos.

"Os grupos (milicianos) de autodefesa entraram em Apatzingán junto com a polícia federal", declarou no sábado à AFP Fernando Cano, subsecretário de governo de Michoacán, indicando que os civis que participaram da ação estavam desarmados.

Por sua vez, Estanislao Beltrán, porta-voz das milícias, explicou que 350 integrantes das chamadas "autodefesas", que conhecem as casas dos criminosos, estão distribuídos entre as patrulhas e com os militares" para revistar a localidade de Apatzingán.

"A finalidade é dar confiança ao povo, que as pessoas vejam que estamos presentes, mas que estamos respeitando os acordos com o governo", disse Beltrán.

Nos arredores da cidade, centenas de milicianos fortemente armados mantém barricadas para evitar que os criminosos fujam desta localidade de 120.000 habitantes e importante centro econômico da sub-região de Tierra Caliente.

A operação, que contou com a participação de vários helicópteros, resultou na prisão de "um suposto responsável por vários homicídios", segundo a Comissão Nacional de Segurança, enquanto as milícias de autodefesa relataram à AFP a captura de Antonio Plancarte, irmão do líder templário Enrique "Kike" Plancarte.


Michoacán tem sofrido com a violência provocada pelos cartéis de narcotráfico. Mas em 2013 surgiram os grupos de autodefesa, que combatem os criminosos na região.

Essas milícias, que assinaram em janeiro um acordo com o governo para depor suas armas, acusam as autoridades locais de conluio com o crime.

Mas a operação deste fim de semana em Apatzingán "foi diferente, com a coordenação do governo federal. Estamos coordenados com eles, em sintonia", considerou Beltrán.

Cerca de 600 indivíduos, de um total de 20.000 que integram as milícias, já se registraram junto às autoridades locais.

Por sua vez, o vigário da catedral de Apatzingán, Gregorio López, realizou um rosário "pela paz" no sábado.

O prelado, que considera "irrenunciável" a luta contra os narcotraficantes que asfixiam sua comunidade com extorsões, sequestros e assassinatos, liderou uma manifestação na praça da cidade com a participação de milicianos e civis.

Entrar em Apatzingán, que em 11 de janeiro viveu um dia de confrontos armados, era há muito tempo o objetivo prioritário das milícias.

Apesar da presença de forças federais em Michoacán desde o governo do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012), os atos de violência continuam nesta zona estratégica para o narcotráfico por seu litoral sobre o Pacífico, laboratórios de drogas sintéticas e cultivos de amapola e maconha.

Cheia de sepulturas clandestinas, assassinatos e tiroteios, a crise de Michoacán tornou-se a prioridade do atual presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018), que anunciou recentemente um investimento de 3,4 bilhões de dólares para promover o desenvolvimento do estado.

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