Fonte militar iraquiana anuncia a libertação do leste de Mosul
O general Talib al Sheghati anunciou "a libertação da margem esquerda", em referência à zona leste da grande cidade do norte do país
AFP
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 10h59.
Última atualização em 18 de janeiro de 2017 às 14h52.
A parte leste de Mossul foi "libertada" em sua totalidade pelas forças iraquianas , assegurou nesta quarta-feira uma autoridade militar, três meses após o início da grande ofensiva para retomar a segunda cidade do Iraque das mãos do grupo Estado Islâmico (EI).
O general Talib al-Sheghati, que comanda as unidades de elite de combate ao terrorismo (CTS), anunciou a "libertação (...) da margem esquerda", referindo-se à parte leste da metrópole do norte Iraque, cidade cortada pelo rio Tigre.
"Zonas significativas" do leste de Mossul estão agora sob o controle de forças do governo, disse ele numa coletiva de imprensa em Bartalla, perto de Mossul. Há apenas alguns extremistas que ainda resiste em uma pequena área no norte, segundo ele.
O EI ainda controla a parte oeste da cidade, na margem direita do rio, onde está localizada a cidade velha, um labirinto de becos e ruelas impossível de percorrer pelos veículos militares.
É nesta parte que os extremistas são melhor implantados.
Dezenas de milhares de forças iraquianas e curdas lançaram em 17 de outubro uma operação militar para retomar o último grande reduto no EI no Iraque, com o apoio da coalizão internacional liderada por Washington.
O grupo extremista, responsável por numerosas atrocidades nos territórios que controla, havia tomado Mossul em junho de 2014, graças a uma ofensiva relâmpago no norte e no oeste do Iraque.
Resistência enfraquecida
As forças iraquianas, cujas CTS são a ponta de lança, entraram em Mossul em novembro e avançam, desde então, lentamente frente a feroz resistência dos extremistas islâmicos.
Os combatentes finalmente atingiram o rio Tigre no início de janeiro.
As autoridades iraquianas e americanas disseram que a resistência do EI tinha diminuído nas últimas semanas e que seus ataques suicidas usando caminhões-bomba eram cada vez menos eficazes.
Na semana passada, um comandante militar dos Estados Unidos considerou, porém, que intensos combates ainda seriam travados para retomar o controle total de Mossul.
O EI criou defesas "às vezes mais importantes" no oeste da cidade que no leste, explicou o coronel Brett Sylvia, que comanda 1.700 conselheiros militares americanos destacados para auxiliar as forças iraquianas.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, havia inicialmente prometido que Mossul cairia no final de 2016, mas no final de dezembro, mencionou um prazo de "três meses" adicional.
Na vizinha Síria, uma aliança entre árabes e curdos apoiados pelos Estados Unidos conduz desde 10 de dezembro uma ofensiva para recuperar a cidade de Raqa, principal reduto do EI no país e onde o grupo declarou seu "califado".