FMI: mercado imobiliário americano é um péssimo modelo
Órgão criticou a atuação do Estado americano no setor e pediu reformas urgentes no país
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2011 às 17h41.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou nesta quarta-feira os Estados Unidos como um mau exemplo para as políticas habitacionais, pedindo que Washington realize reformas, para o bem da estabilidade financeira mundial.
"O sistema de financiamento habitacional americano, que conta com diversas modalidades excepcionais, precisa ser reformado", disse o FMI em seu relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado duas vezes por ano.
Quatro anos depois de a crise do subprime desencadear um derretimento dos mercados globais, o FMI apontou os Estados Unidos como um exemplo a não ser seguido.
Analisando o mercado de crédito imobiliário em 33 países, o FMI citou os EUA como um modelo disfuncional.
Os Estados Unidos subsidiam generosamente e compra de casas, mas quase não regulam seus credores, mantendo mecanismos de financiamento que são pouco transparentes e um mercado imobiliário hoje de acesso difícil para os mais pobres.
De acordo com um índice desenvolvido por economistas do fundo, os Estados Unidos estão entre os países em que os governos intervêm mais, superado apenas por Brasil, Singapura, Índia e Indonésia.
O setor imobiliário americano ainda não se recuperou do colapso da bolha de 2006, que desencadeou a crise subprime enquanto compradores tornaram-se inadimplentes.
Para o FMI, os problemas fundamentais dos Estados Unidos permanecem.
"O sistema de financiamento imobiliário americano é inusual em muitos aspectos. É necessária uma reforma importante", disse o FMI, citando a estrutura regulatória fragmentada.
"Tais reformas teriam um efeito significantemente positivo no sistema financeiro americano e ajudariam a reforçar a estabilidade financeira global", afirma.
O FMI recomendou três medidas do que chamou de "melhores práticas": ampliar a regulação das hipotecas, cuidar do uso da participação governamental no setor imobiliário e dar mais transparência ao mercado de securitização.
O fundo fez ainda uma avaliação do plano de reforma do sistema imobiliário proposto em fevereiro pelo governo.
"Enquanto uma revisão do sistema imobiliário levará anos para se completar, as autoridades americanas precisam aumentar seus esforços agora para desenvolver e implementar um plano de ação apropriado."
A instituição baseada em Washington apoiou o plano do governo americano para uma saída progressiva das duas gigantes de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac.
O governo federal assumiu as duas empresas em crise em setembro de 2008, em uma tentativa de estabilizar o sistema financeiro e concordou em injetar dinheiro nessas companhias para mantê-las.
O IMF foi claro em seu ceticismo em relação à isenção fiscal para os detentores de hipotecas, que receberam amplo apoio no setor político.
"Além das preocupações com a estabilidade financeira, as reduções das taxas de juros das hipotecas também são custosas - em 104,5 bilhões no ano fiscal de 2011", informa.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou nesta quarta-feira os Estados Unidos como um mau exemplo para as políticas habitacionais, pedindo que Washington realize reformas, para o bem da estabilidade financeira mundial.
"O sistema de financiamento habitacional americano, que conta com diversas modalidades excepcionais, precisa ser reformado", disse o FMI em seu relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado duas vezes por ano.
Quatro anos depois de a crise do subprime desencadear um derretimento dos mercados globais, o FMI apontou os Estados Unidos como um exemplo a não ser seguido.
Analisando o mercado de crédito imobiliário em 33 países, o FMI citou os EUA como um modelo disfuncional.
Os Estados Unidos subsidiam generosamente e compra de casas, mas quase não regulam seus credores, mantendo mecanismos de financiamento que são pouco transparentes e um mercado imobiliário hoje de acesso difícil para os mais pobres.
De acordo com um índice desenvolvido por economistas do fundo, os Estados Unidos estão entre os países em que os governos intervêm mais, superado apenas por Brasil, Singapura, Índia e Indonésia.
O setor imobiliário americano ainda não se recuperou do colapso da bolha de 2006, que desencadeou a crise subprime enquanto compradores tornaram-se inadimplentes.
Para o FMI, os problemas fundamentais dos Estados Unidos permanecem.
"O sistema de financiamento imobiliário americano é inusual em muitos aspectos. É necessária uma reforma importante", disse o FMI, citando a estrutura regulatória fragmentada.
"Tais reformas teriam um efeito significantemente positivo no sistema financeiro americano e ajudariam a reforçar a estabilidade financeira global", afirma.
O FMI recomendou três medidas do que chamou de "melhores práticas": ampliar a regulação das hipotecas, cuidar do uso da participação governamental no setor imobiliário e dar mais transparência ao mercado de securitização.
O fundo fez ainda uma avaliação do plano de reforma do sistema imobiliário proposto em fevereiro pelo governo.
"Enquanto uma revisão do sistema imobiliário levará anos para se completar, as autoridades americanas precisam aumentar seus esforços agora para desenvolver e implementar um plano de ação apropriado."
A instituição baseada em Washington apoiou o plano do governo americano para uma saída progressiva das duas gigantes de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac.
O governo federal assumiu as duas empresas em crise em setembro de 2008, em uma tentativa de estabilizar o sistema financeiro e concordou em injetar dinheiro nessas companhias para mantê-las.
O IMF foi claro em seu ceticismo em relação à isenção fiscal para os detentores de hipotecas, que receberam amplo apoio no setor político.
"Além das preocupações com a estabilidade financeira, as reduções das taxas de juros das hipotecas também são custosas - em 104,5 bilhões no ano fiscal de 2011", informa.