FMI: depressão no setor imobiliário pode durar 8 anos
Dificuldade no mercado de imóveis deve permancer forte nos EUA, na Ásia e em partes da Europa
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Nova York - As perspectivas para o setor imobiliário global são sombrias e a depressão pode durar oito anos, informou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição prevê problemas tanto nos países mais afetados pela crise global - como EUA, Espanha e Irlanda - quanto nas economias em recuperação - como as da região Ásia-Pacífico e as da maioria dos países escandinavos.
Nos EUA, os investimentos residenciais continuam acentuadamente deprimidos em comparação com ciclos passados, o que o FMI diz que pode ser explicado pelo padrão de preços dos imóveis e pela dívida imobiliária em circulação. Para piorar, os estados norte-americanos nos quais os problemas de preço foram mais pronunciados também são aqueles em que o desemprego mais cresceu.
Os incentivos fiscais nos EUA e no Reino Unido apenas estimularam temporariamente as atividades no setor. "Especialmente nos EUA, dado o limitado sucesso dos programas de modificação de hipotecas e da quantidade de execuções de hipotecas e inadimplência, isso tem renovado os receios com uma dupla recessão nos mercados imobiliários", disse o FMI. "Se a criação de empregos permanecer baixa, os riscos de uma dupla recessão no setor naturalmente aumentam", acrescentou o fundo.
Há ainda outras ameaças, como as taxas recordes de inadimplência em títulos lastreados em hipotecas e os US$ 566 bilhões em dívidas imobiliárias comerciais que vencem neste ano e no próximo. Além disso, renovadas restrições nas condições de crédito podem se materializar, por causa de perdas com empréstimos em consequência de inadimplência e de regras de capital mais rígidas.
Na Ásia, o FMI acredita que, apesar de os fundamentos parecerem fornecer suporte para a alta dos preços, as estimativas são menos confiáveis e as evidências de atividade especulativa, o aumento das taxas de disponibilidade, o considerável crescimento do crédito imobiliário e os grandes fluxos de entrada de capital podem ser sinais de um superaquecimento - particularmente em Pequim, Nanjing, Xangai e Shenzhen, na China. As informações são da Dow Jones.
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