A dívida do Japão cresceu à medida que o governo tentou combater anos de estagnação econômica e a crise financeira global (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2011 às 20h26.
Tóquio O Japão, país altamente endividado, precisa iniciar em breve um processo gradual de aumento do imposto sobre consumo para 15 por cento a fim de reduzir a dívida pública, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira.
"Um aumento gradual no imposto sobre o consumo de 5% para 15% durante vários anos - um nível ainda modesto pelos padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-- pode contribuir com cerca de metade do ajuste fiscal necessário para pressionar para baixo a dívida pública nos próximos anos" disse o FMI.
A nota da equipe do FMI requerendo o aumento do imposto reflete recomendações feitas em Tóquio pelo diretor-gerente interino do FMI, John Lipsky, sobre como o Japão pode reduzir uma dívida que já representa o dobro do Produto Interno Bruto de US$ 5 trilhões do país.
A dívida do Japão cresceu à medida que o governo tentou combater anos de estagnação econômica e a crise financeira global. O tsunami que atingiu o país em 11 de março e os custos ainda não avaliados da crise nuclear implicarão em mais restrições aos gastos.
O FMI afirmou que os principais culpados pela explosão da dívida foram "o aumento ininterrupto dos gastos em seguridade social, devido ao envelhecimento da população e ao fraco crescimento econômico que encolheu a base de impostos sobre o PIB" e alertou que ambas as situações permanecem inalteradas.
"Com espaço limitado para reduzir os gastos não relacionados à seguridade social e pressões por gastos devido ao envelhecimento da população, novas medidas relativas à receita precisam ter um papel central em uma estratégia à médio prazo para reduzir os altos níveis de endividamento público do Japão", disse o FMI.
O Fundo afirmou que os formuladores japoneses de políticas devem elevar os impostos sobre o consumo e fazê-lo logo; implementar aumentos graduais; sustentar os aumentos por algum tempo e manter o imposto simples como já é, sem isenções ou brechas.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, elegeu como prioridades as políticas para estabilização das finanças públicas e as reformas dos sistemas de impostos e seguridade social quando assumiu o cargo em junho de 2010.