Debates entre Dilma e Serra: Deus, aborto e nada de economia (Cacalos Garrastazu/ObritoNews/PSDB)
Diogo Max
Publicado em 22 de outubro de 2010 às 07h19.
São Paulo - Reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal Financial Times critica a falta de debates econômicos entre os candidatos Dilma Rousseff e José Serra. Para os britânicos, eles “não estão dispostos a dizer o quanto eles enfrentariam tais problemas”.
Entre os desafios que os candidatos poderão passar, aponta o correspondente Jonathan Wheatley, estão as condições da economia mundial e uma “enxurrada” de capital especulativo, causada pela política monetária “expansionista” nos países desenvolvidos.
Segundo o jornalista, esse fator pode novamente colocar sob pressão as contas públicas brasileiras no próximo ano.
“Muitos economistas permanecem céticos sobre o compromisso de Dilma Rousseff com a disciplina fiscal e apontam para os recentes aumentos nos gastos públicos, apesar de a economia ter decolado depois de uma curta recessão no ano passado”, diz a reportagem.
Já José Serra é considerado um “falcão fiscal”, que deve controlar melhor os gastos públicos. “Em uma entrevista na televisão na última terça-feira, ele prometeu mudanças na política econômica, incluindo ‘a questão dos gastos públicos’, sem entrar em detalhes”.
No final, a reportagem do Financial Times chama atenção de parte dos investidores, que “têm ignorado as eleições, acreditando que nenhum candidato faria muita mudança para as políticas atuais”. ]
Marina Silva
Em outra reportagem, o Financial Times elegeu Marina Silva como a grande surpresa das eleições deste ano, por conta dos seus mais de 20% dos votos válidos no segundo turno.
“Marina Silva também foi o único candidato a discutir questões econômicas durante o primeiro turno, prometendo combater o déficit na previdência brasileira, que está sobrecarregada, por exemplo”, diz o texto.