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Filipinos protestam contra campanha antidroga de Duterte

Os manifestantes, reivindicaram o fim das "execuções extrajudiciais", como qualificam as mais de 7 mil mortes contabilizadas na campanha

Centenas de filipinos protestam contra campanha antidroga de Duterte nas Filipinas em 27/01/2017 (Czar Dancel/Reuters)
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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 11h00.

Manila - Centenas de filipinos se manifestaram nesta sexta-feira contra a guerra antidrogas do governo do presidente Rodrigo Duterte, na entrada da sede da Polícia Nacional, onde agentes supostamente corruptos mataram um empresário sul-coreano no marco dessa campanha governamental, indicaram as ONGs organizadoras.

Os manifestantes, segundo diversas organizações de direitos humanos nas Filipinas, reivindicaram o fim das "execuções extrajudiciais", como qualificam as mais de 7.000 mortes contabilizadas na campanha contra as drogas de Duterte.

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"Chega de impunidade. Lutemos contra o terror de Estado", afirmava o maior dos cartazes, diante do qual os ativistas colocaram bonecos caídos no chão para representar os supostos traficantes e viciados vítimas das execuções extrajudiciais.

Alguns dos cartazes pediam "Justiça para Jee Ick-joo", o empresário sul-coreano assassinado em outubro, cujo caso gerou um escândalo que ameaça abalar as bases da sangrenta política antidrogas de Duterte.

No último dia 18 de outubro vários indivíduos - entre eles pelo menos um policial - levaram Jee e sua empregada doméstica do domicílio desse empresário radicado em Los Angeles, situada cerca de 100 quilômetros ao norte de Manila, em uma suposta operação antidroga.

Ambos foram transferidos a Campo Crame, o quartel-general da Polícia Nacional, onde a empregada doméstica foi liberada, mas o sul-coreano morreu estrangulado nesse mesmo dia, segundo a investigação.

Sua viúva, Choi Kyung-jin, assegurou que os sequestradores lhe pediram um resgate para libertar seu marido fazendo-a crer que ele estava vivo.

O caso, cuja investigação no Senado começou na quinta-feira, provocou grande polêmica por mostrar o clima de impunidade gerado pela campanha antidrogas do presidente filipino.

O caso também ameaça deteriorar as relações com a Coreia do Sul, um país que proporciona amplos investimentos e um fluxo constante de turistas às Filipinas.

Nos últimos dias tanto o Ministério das Relações Exteriores como a polícia da Coreia do Sul instaram as autoridades de Manila a investigar a fundo a morte de Jee e punir os responsáveis.

Duterte prometeu limpar as Filipinas de narcotraficantes e drogados durante a campanha que lhe levou à vitória nas eleições presidenciais realizadas em 2016. No mesmo dia de sua posse, em 30 de junho, declarou a guerra às drogas, com o argumento que destroem seu país.

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