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Fifa supervisionará condições trabalhistas na Copa do Catar

A condições dos trabalhadores que constroem os estádios do Mundial 2022 do Catar foram denunciadas como péssimas por várias organizações de direitos humanos


	Catar: a condições dos trabalhadores que constroem os estádios do Mundial 2022 do Catar foram denunciadas como péssimas por várias organizações de direitos humanos
 (Naseem Zeitoon / Reuters)

Catar: a condições dos trabalhadores que constroem os estádios do Mundial 2022 do Catar foram denunciadas como péssimas por várias organizações de direitos humanos (Naseem Zeitoon / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2016 às 10h03.

Doha - O novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou nesta sexta-feira em Doha a criação de um comitê para supervisionar as condições trabalhistas nos estádios que acolherão as partidas da Copa do Mundo de 2022 e "garantir que são dignas".

Em entrevista coletiva, Infantino explicou que o novo órgão de controle será dirigido pela Fifa e estará composto por "membros independentes e pelos principais interessados em supervisionar todas as competições da Fifa".

A condições dos trabalhadores que constroem os estádios do Mundial 2022 do Catar foram denunciadas como péssimas por várias organizações de direitos humanos.

"Este órgão de controle validará a qualidade e a eficácia do processo de diligência devida. A transparência é sempre fundamental", acrescentou.

O suíço disse também que manteve um acompanhamento sobre o tema dos direitos humanos, uma questão muito presente nas candidaturas de 2018 e 2022.

"Visitei a cidade onde vivem os trabalhadores e estive seguindo muito de perto as discussões sobre os direitos humanos, em particular no que diz respeito à Copa no Catar", afirmou.

Infantino garantiu que durante seus dois dias no Catar, pôde "constatar pessoalmente o que foi feito", e está "seguro" que está seguindo o "caminho correto".

No final de março, o governo catariano se mostrou disposto a efetuar mudanças na legislação para o bem-estar dos trabalhadores, depois que a Anistia Internacional (AI) alertou sobre o exploração laboral dos imigrantes nas obras do Mundial 2022.

O relatório da AI, intitulado "O lado obscuro do esporte rei: exploração laboral em uma sede do Mundial do Catar 2022", denunciou que os trabalhadores imigrantes vivem em condições infrahumanas e sem direitos básicos.

Eles carecem de permissões para entrar ou sair do país ou para mudar de empresa ou empregador, ao mesmo tempo que tiveram seus passaportes confiscados e não recebem o que foi estipulado, sendo o salário uma miséria, precisou AI.

Infantino se encontra de visita pela primeira vez no emirado após sua estadia no começo desta semana na Rússia.

O suíço, eleito chefe da Fifa em fevereiro em substituição de seu compatriota Joseph Blatter, visitou ontem as instalações do estádio Khalifa, uma das sedes do Mundial 2022.

O presidente também se reuniu ontem com o emir, Tamim bin Hamad Al-Thani, o primeiro-ministro, Abdullah bin Nasr al Zan, os organizadores do Mundial do Catar e o presidente da Federação catariano de futebol, Hamad Al-Thani.

Na Rússia, Infantino afirmou que o Mundial de 2022 será disputado entre novembro e dezembro, o que obrigará a adiar a Liga dos Campeões e a Liga Europa. EFE

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