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FIDH acusa soldados do Mali de execuções sumárias

Em Sevare, ao menos 11 pessoas foram assassinadas em um campo militar do exército


	Um soldado do exército malinense: na região de Nioro, dois malinenses de origem tuaregue foram executados por soldados, afirmou a ONG.
 (Michel Moutot/AFP)

Um soldado do exército malinense: na região de Nioro, dois malinenses de origem tuaregue foram executados por soldados, afirmou a ONG. (Michel Moutot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 13h05.

Paris - Soldados do exército do Mali realizaram uma série de execuções sumárias no oeste e centro do país, denunciou nesta quarta-feira, em Paris, a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), que pediu a criação imediata de uma comissão investigadora independente.

"A FIDH pôde estabelecer que uma série de execuções sumárias foram perpetradas por elementos das forças armadas malinenses, desde 10 de janeiro, particularmente em Sevare, Mopti, Nioro e em outras localidades nas zonas de confronto", indicou a organização de defesa dos direitos humanos, em um comunicado.

Em Sevare (centro), ao menos 11 pessoas foram assassinadas em um campo militar do exército, próximo a rodoviária e ao hospital, detalhou a ONG que investiga há dias esses casos que ainda não foram confirmados.

Na região de Nioro (oeste), dois malinenses de origem tuaregue foram executados por soldados, afirmou a ONG.

No comunicado a organização também relata "informações credíveis sobre vinte outros casos de execuções em Sevare, onde os corpos foram enterrados de qualquer maneira, alguns em poços".


"Outras alegações de execuções sumárias continuam a chegar do conjunto de localidades do oeste e centro do país", acrescentou a FIDH.

A ONG também cita o sequestro de um Imã, Hama Aluru, por militares malinenses na noite de 21 de janeiro em Gnimi Gnama, um vilarejo entre Bore e Duentza (a leste de Sevare).

Em Bamako, a FIDH denuncia "saques e atos de intimidação" durante as revistas pelo exército de uma dezena de habitações de tuaregues na semana de 14 de janeiro.

"Esses abusos prejudicam a legitimidade da operação de restauração da integridade territorial e devem ser alvos de investigação da justiça nacional e, em caso extremo, pelo Tribunal Penal Internacional que abriu uma investigação em 16 de janeiro sobre a situação no Mali", declarou Sidiki Kaba, presidente de honra da FIDH.

Uma intervenção militar francesa teve início em 11 de janeiro para ajudar as forças armadas malinenses a reconquistar o norte do país, ocupado por grupos islamitas radicais há dez meses.

A FIDH pede às autoridades malinenses, francesas e à comunidade internacional "que criem imediatamente uma comissão de investigação independente para esclarecer esses abusos".

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