Fatos e números sobre a crise humanitária na Síria
No país, cinco anos de guerra criaram "a pior e mais complexa crise humanitária no mundo", segundo a Cruz Vermelha Internacional
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2016 às 13h40.
A entrada em vigor de uma trégua nos combates na Síria permite esperar uma melhora na distribuição de ajuda humanitária naquele país, onde cinco anos de guerra criaram "a pior e mais complexa crise humanitária no mundo", segundo a Cruz Vermelha Internacional.
"A pior crise mundial"
O número de mortos superou os 300.000 desde o início do conflito, em março de 2011, segundo um novo balanço anunciado nesta terça-feira pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Mais da metade dos sírios foram obrigados a deixar suas casas e cinco milhões de pessoas encontraram refúgio nos países vizinhos, Líbano, Jordânia ou Turquia, segundo as organizações não governamentais.
A expectativa de vida caiu de 5 a 6 anos entre 2010 e 2013 no país, segundo um estudo recente. A mortalidade infantil, que havia diminuído até 2010 a 6% ao ano, voltou a aumentar a 9% ao ano desde 2010.
Segundo a ONU, a economia se contraiu 40% desde o início da guerra. Mais de 13 milhões de pessoas, das quais seis milhões de crianças, precisam de ajuda humanitária.
O drama dos sitiados
A situação humanitária é particularmente difícil para os habitantes das vinte zonas ou localidades sitiadas, principalmente pelas forças do regime de Bashar al-Assad.
A ONU estimou recentemente em quase 600.000 a quantidade de pessoas que vivem em 18 zonas ou regiões sitiadas, das quais 450.000 cercadas pelo Exército. No fim de agosto, o regime levantou o cerco de Daraya, perto da capital reconquistada pelo exército.
Em Aleppo (norte), a situação se agravou recentemente para os 250.000 habitantes dos bairros rebeldes, novamente isolados pelas forças do regime.
Os obstáculos à ajuda
Entregar ajuda humanitária na Síria é uma missão extremamente perigosa, às vezes impossível, e precisa do aval do regime.
A distribuição de ajuda é afetada pelos "combates, pela flutuação do front, pelos obstáculos administrativos e burocráticos", segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
"Precisamos de um ambiente sem risco de morte" para enviar os comboios de ajuda previstos após a entrada em vigor da trégua russo-americana, declarou Jens Laerke, porta-voz da OCHA em Genebra.
Em Aleppo, a trégua prevê o acesso humanitário sem travas com a "desmilitarização" da rota do Castello, que une os bairros rebeldes com o exterior.
A ajuda internacional chega com ainda mais dificuldade às zonas controladas pelo grupo Estado Islâmico, como a cidade de Deir Ezzor (leste), onde o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU lançou várias cargas de suprimentos por avião.
No dia 8 de setembro, 73 ONGs suspenderam sua cooperação com a ONU na Síria para protestar contra a "manipulação dos esforços humanitários" pelo regime e a incapacidade da ONU de resistir a estas pressões.
A entrada em vigor de uma trégua nos combates na Síria permite esperar uma melhora na distribuição de ajuda humanitária naquele país, onde cinco anos de guerra criaram "a pior e mais complexa crise humanitária no mundo", segundo a Cruz Vermelha Internacional.
"A pior crise mundial"
O número de mortos superou os 300.000 desde o início do conflito, em março de 2011, segundo um novo balanço anunciado nesta terça-feira pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Mais da metade dos sírios foram obrigados a deixar suas casas e cinco milhões de pessoas encontraram refúgio nos países vizinhos, Líbano, Jordânia ou Turquia, segundo as organizações não governamentais.
A expectativa de vida caiu de 5 a 6 anos entre 2010 e 2013 no país, segundo um estudo recente. A mortalidade infantil, que havia diminuído até 2010 a 6% ao ano, voltou a aumentar a 9% ao ano desde 2010.
Segundo a ONU, a economia se contraiu 40% desde o início da guerra. Mais de 13 milhões de pessoas, das quais seis milhões de crianças, precisam de ajuda humanitária.
O drama dos sitiados
A situação humanitária é particularmente difícil para os habitantes das vinte zonas ou localidades sitiadas, principalmente pelas forças do regime de Bashar al-Assad.
A ONU estimou recentemente em quase 600.000 a quantidade de pessoas que vivem em 18 zonas ou regiões sitiadas, das quais 450.000 cercadas pelo Exército. No fim de agosto, o regime levantou o cerco de Daraya, perto da capital reconquistada pelo exército.
Em Aleppo (norte), a situação se agravou recentemente para os 250.000 habitantes dos bairros rebeldes, novamente isolados pelas forças do regime.
Os obstáculos à ajuda
Entregar ajuda humanitária na Síria é uma missão extremamente perigosa, às vezes impossível, e precisa do aval do regime.
A distribuição de ajuda é afetada pelos "combates, pela flutuação do front, pelos obstáculos administrativos e burocráticos", segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
"Precisamos de um ambiente sem risco de morte" para enviar os comboios de ajuda previstos após a entrada em vigor da trégua russo-americana, declarou Jens Laerke, porta-voz da OCHA em Genebra.
Em Aleppo, a trégua prevê o acesso humanitário sem travas com a "desmilitarização" da rota do Castello, que une os bairros rebeldes com o exterior.
A ajuda internacional chega com ainda mais dificuldade às zonas controladas pelo grupo Estado Islâmico, como a cidade de Deir Ezzor (leste), onde o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU lançou várias cargas de suprimentos por avião.
No dia 8 de setembro, 73 ONGs suspenderam sua cooperação com a ONU na Síria para protestar contra a "manipulação dos esforços humanitários" pelo regime e a incapacidade da ONU de resistir a estas pressões.