Mundo

Farc retoma diálogo de paz com desconfiança por espionagem

Pablo Catatumbo, integrante da delegação das Farc, disparou contra o ministro colombiano da Defesa, Juan Carlos Pinzón, e contra o ex-presidente Álvaro Uribe

Pablo Catatumbo: "não vale a pena prolongar a guerra para que alguns militares belicistas e corruptos enriqueçam através de contratos ao custo da tragédia nacional" (AFP)

Pablo Catatumbo: "não vale a pena prolongar a guerra para que alguns militares belicistas e corruptos enriqueçam através de contratos ao custo da tragédia nacional" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 21h18.

A guerrilha das Farc retomou nesta segunda-feira as conversações de paz com o governo da Colômbia em Havana, expressando uma "grande desconfiança" pela espionagem de membros da inteligência militar colombiana envolvendo figuras do processo de paz.

"Iniciamos este novo ciclo de diálogo de paz com uma grande desconfiança pela espionagem absurda da inteligência militar e da polícia da Colômbia, dirigidas pela CIA, para afetar o processo de paz", disse Pablo Catatumbo, integrante da delegação das Farc que negocia um acordo de paz com o governo colombiano em Havana.

Na declaração lida por Catatumbo, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também condenaram o ataque de domingo contra a candidata presidencial do partido de esquerda União Patriótica (UP), Aída Avella, e pediram ao governo do presidente Juan Manuel Santos uma investigação.

Homens não identificados atiraram no domingo, no departamento de Arauca, contra Avella, que escapou ilesa, segundo fontes ligadas a sua campanha.

Catatumbo disparou contra o ministro colombiano da Defesa, Juan Carlos Pinzón, e contra o ex-presidente Álvaro Uribe, ao destacar que "não vale a pena prolongar a guerra para que alguns militares belicistas e corruptos enriqueçam através de contratos ao custo da tragédia nacional".

Já o líder dos negociadores do governo, Humbero de la Calle, rejeitou "as permanentes difamações contra personalidades e ex-presidentes" e "as inaceitáveis críticas das Farc" ao Exército colombiano, que em "nada contribuem" para o processo de paz.

"Não aceitamos que a partir deste espaço onde buscamos construir um acordo de paz (...) as Farc - como fizeram hoje - se apresentem como juízes das instituições colombianas, em particular de nossas Forças Armadas".

Durante o atual ciclo de negociações, o governo e a guerrilha seguirão abordando o tema das drogas, o terceiro na agenda de seis pontos. As partes concordaram até agora nos dois primeiros pontos: desenvolvimento rural e participação política.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcNegociaçõesTerrorismo

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês