O líder das Farc Jesús Santrich: o governo e a guerrilha, que iniciaram suas negociações de paz em Havana no dia 19 de novembro, discutem atualmente o ponto dois de uma agenda de cinco, que abrange a participação política. (Adalberto Roque/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 17h17.
Havana - A guerrilha marxista das Farc propôs nesta segunda-feira uma profunda reforma política e eleitoral na Colômbia como necessidade inadiável, afirmando que existe uma perda de legitimidade do sistema vigente.
"Uma profunda reforma política se tornou uma necessidade inadiável, se forem consideradas as características clientelistas, corruptas, criminosas e mafiosas do regime político" colombiano, disse o grupo rebelde em um comunicado lido por seu líder Jesús Santrich.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) argumentam que estas características, "além de gerar o desprestígio e a perda de legitimidade do exercício da política" no país, "são um obstáculo fundamental para a participação cidadã, social e popular".
A reforma deverá incluir o "sistema político e de representação, o sistema partidário e o sistema eleitoral" e "assegurar a disputa política em igualdade de condições, com regulações e representações especiais para as minorias políticas", acrescentou o grupo.
Além disso, "deve propiciar a oposição política" e "limitar e proibir, segundo o caso, a ingerência dos interesses privados capitalistas nas entidades públicas, principalmente através do financiamento estatal de campanhas políticas", acrescentou.
Esta iniciativa faz parte das "onze propostas mínimas para a restruturação democrática do Estado", anunciadas pela guerrilha no início do mês no âmbito das negociações com a delegação do governo.
Em outra das propostas, as Farc pediram uma reforma democrática do sistema judiciário colombiano, que o liberte de "sua escandalosa politização" e devolva sua "independência como ramo do poder público".
O governo e a guerrilha, que iniciaram suas negociações de paz em Havana no dia 19 de novembro, discutem atualmente o ponto dois de uma agenda de cinco, que abrange a participação política.