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Farc dizem que processo de paz não pode se ligar a campanhas

A guerrilha colombiana das Farc se mostrou contrária a que o diálogo de paz que mantém com o governo se vincule à campanha eleitoral do país

Membro das Farc: negociadores do Governo e das Farc voltaram à mesa em Havana, onde começaram a debater o problema das drogas e narcotráfico (Luis Robayo/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 12h52.

Havana - A guerrilha colombiana das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) se mostrou nesta sexta-feira contrária a que o diálogo de paz que mantém com o Governo do presidente Juan Manuel Santos se vincule à campanha eleitoral do país.

A declaração foi feita pelo número dois das Farc e chefe de sua delegação de paz, "Ivan Márquez", apelido de Luciano Marín Arango.

Márquez fez essa breve consideração ao ser perguntando sobre a decisão de Santos de concorrer à reeleição e a possibilidade de que o atual processo de paz centre sua campanha visando o pleito do próximo ano.

Os negociadores do Governo e das Farc voltaram na quinta-feira à mesa em Havana, onde começaram a debater o problema das drogas e narcotráfico, terceiro ponto na negociação embora seja o quarto na agenda que rege o processo.

A guerrilha falou nesta sexta-feira, em uma declaração para a imprensa lida por Márquez, de suas posições em torno das drogas ilícitas, cuja inclusão na agenda de diálogo "é um reconhecimento do fracasso da política antidrogas e da necessidade de encontrar uma saída que contribua para pôr fim à profunda injustiça à qual foram submetidas as comunidades camponesas".

Nessa declaração, as Farc explicam que em muitos territórios cocaleiros houve uma presença histórica da guerrilha, que cobra um imposto dos cultivadores de coca.

"Fomos obrigados a estabelecer um regime de tributação e de regulação para as transações realizadas pelos camponeses, sempre pensando em seus direitos, protegendo-os contra abusos de intermediários e narcotraficantes", argumenta a insurgência.

As Farc consideram que as drogas ilícitas e o narcotráfico são um problema gerado pelo sistema capitalista e pelo imperialismo.

"O narcotráfico deve ser considerado essencialmente como uma empresa capitalista transnacional de caráter criminoso", assinala a guerrilha em sua declaração.

As Farc consideram que a "chamada guerra contra as drogas" é além disso "produto de um projeto geopolítico imperialista" que adquiriu maior dimensão após a queda do bloco soviético porque "o desaparecimento do inimigo comunista tornou necessária a invenção de um novo inimigo".

As Farc asseguram que desejam uma Colômbia "sem cocaína", embora defendam os usos ancestrais, alimentares e medicinais da coca.

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A declaração foi feita pelo número dois das Farc e chefe de sua delegação de paz, "Ivan Márquez", apelido de Luciano Marín Arango.

Márquez fez essa breve consideração ao ser perguntando sobre a decisão de Santos de concorrer à reeleição e a possibilidade de que o atual processo de paz centre sua campanha visando o pleito do próximo ano.

Os negociadores do Governo e das Farc voltaram na quinta-feira à mesa em Havana, onde começaram a debater o problema das drogas e narcotráfico, terceiro ponto na negociação embora seja o quarto na agenda que rege o processo.

A guerrilha falou nesta sexta-feira, em uma declaração para a imprensa lida por Márquez, de suas posições em torno das drogas ilícitas, cuja inclusão na agenda de diálogo "é um reconhecimento do fracasso da política antidrogas e da necessidade de encontrar uma saída que contribua para pôr fim à profunda injustiça à qual foram submetidas as comunidades camponesas".

Nessa declaração, as Farc explicam que em muitos territórios cocaleiros houve uma presença histórica da guerrilha, que cobra um imposto dos cultivadores de coca.

"Fomos obrigados a estabelecer um regime de tributação e de regulação para as transações realizadas pelos camponeses, sempre pensando em seus direitos, protegendo-os contra abusos de intermediários e narcotraficantes", argumenta a insurgência.

As Farc consideram que as drogas ilícitas e o narcotráfico são um problema gerado pelo sistema capitalista e pelo imperialismo.

"O narcotráfico deve ser considerado essencialmente como uma empresa capitalista transnacional de caráter criminoso", assinala a guerrilha em sua declaração.

As Farc consideram que a "chamada guerra contra as drogas" é além disso "produto de um projeto geopolítico imperialista" que adquiriu maior dimensão após a queda do bloco soviético porque "o desaparecimento do inimigo comunista tornou necessária a invenção de um novo inimigo".

As Farc asseguram que desejam uma Colômbia "sem cocaína", embora defendam os usos ancestrais, alimentares e medicinais da coca.

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