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Dissidentes das Farc anunciam cessar-fogo 'unilateral' após diálogo com governo colombiano

No acordo, também está estabelecido que pessoas mantidas em cativeiro também serão liberadas

Pessoas celebram acordo entre as Farc e o governo da Colômbia, dia 24/08/2016 (John Vizcaino / Reuters)

Pessoas celebram acordo entre as Farc e o governo da Colômbia, dia 24/08/2016 (John Vizcaino / Reuters)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 1 de julho de 2024 às 07h15.

A Segunda Marquetalia, grupo armado dissidente das Farc em diálogo com o governo colombiano, anunciou no sábado, 29, um cessar-fogo unilateral e a libertação das pessoas detidas no final das reuniões em Caracas, segundo um comunicado conjunto ao qual a AFP teve acesso.

As delegações concordaram em "medidas antecipadas" para desescalar o conflito, incluindo "o cessar-fogo unilateral da Segunda Marquetalia-EB" e a "entrega das pessoas mantidas em cativeiro", diz o documento assinado por Armando Novoa, negociador-chefe do governo, e Walter Mendoza, do grupo liderado por Iván Márquez.

O cessar-fogo acordado "não implica limitação dos poderes constitucionais e legais da Força Pública", acrescenta o texto, que surgiu após cinco dias de um primeiro ciclo de negociações.

No entanto, não está definido quando começará ou por quanto tempo. As partes indicaram que a "implementação abrangente da desescalada começará com a entrada em vigor do Decreto Presidencial sobre operações militares ofensivas".

As delegações, que iniciaram negociações na segunda-feira passada, esperam reunir-se novamente em Cuba durante a segunda semana de agosto.

Mas se reunirão antes em Tumaco, Nariño (oeste) "o mais tardar até 20 de julho de 2024" para apresentar o acordo de desescalada e definir a metodologia, assim como rever "o calendário para a identificação de projetos sociais e econômicos de rápido impacto".

Esta negociação é mais uma aposta do governo colombiano para alcançar a paz total no país.
O presidente de esquerda, Gustavo Petro, também conversa com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Estado-Maior Central (EMC), outra dissidência liderada por Iván Mordisco, líder das extintas Farc que não assinou a paz em 2016.

Mas as negociações com estes grupos enfrentam dificuldades. O EMC tem divisões internas e um grupo deixou de fazer acordos com o governo, enquanto as negociações com o ELN estão em crise.

Garantias à população

Segundo o documento assinado em Caracas, o grupo rebelde também prometeu respeitar e dar "garantias à população" e "não permanecer" armado ou uniformizado nas rotas terrestres e fluviais.

Foi também acordada a constituição de uma "subcomissão técnica" para estabelecer a "georreferenciação nos municípios, distritos e bairros" onde o grupo está presente.

Os analistas consideram que a Segunda Marquetalia, composta por 1.660 combatentes segundo cálculos da inteligência militar, é uma guerrilha fraca em comparação com o EMC e o ELN.

Participaram do diálogo sete delegados do governo e outros sete do grupo dissidente liderado por Márquez, cujo nome verdadeiro é Luciano Marín e que permaneceu alguns anos no processo de paz alcançado em 2016 entre as Farc e o governo.

Mais tarde, Márquez desertou e em 2019 reapareceu em um vídeo anunciando uma nova revolução armada.

Em 2023, a mídia local especulou sobre sua morte na Venezuela após sofrer um atentado. , Posteriormente o governo Petro garantiu que ele estava naquele país se recuperando dos ferimentos.

No dia 11 de maio, Márquez reapareceu em um vídeo manifestando o seu apoio a Petro, com quem aceitou em fevereiro entrar em negociações.

Não houve declarações à imprensa após a conclusão do ciclo de negociações.

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