Farc: "Em fevereiro de 2015, concordamos em finalizar qualquer aceitação de menores de 17 anos em nossas fileiras" (REUTERS/Jaime Saldarriaga)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 13h37.
Havana - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta quarta-feira que não recrutarão menores de 18 anos, decisão formalizada um ano após ter assumido o compromisso de não aceitar em suas fileiras menores de 17 anos.
"Em fevereiro de 2015, concordamos em finalizar qualquer aceitação de menores de 17 anos em nossas fileiras. Em prol de avançar o mais rapidamente possível em direção ao fim do conflito armado, hoje comunicamos ao país nossa decisão de pôr fim à incorporação de menores de 18 anos às Farc-EP", indicou a guerrilha em um comunicado lido para a imprensa em Havana.
Segundo as Farc, esta decisão "deve ser correspondida pelo governo colombiano com uma verdadeira política de Estado dirigida a proteger e garantir os direitos de meninos, meninas e adolescentes do conflito social e armado, acabando com qualquer forma de marginalização ou exclusão social de menores e jovens no território nacional".
A guerrilha aproveitou para criticar que "continua sendo recorrente a vinculação em massa de jovens às forças militares, mediante a prática conhecida como 'Detenções Maciças com Fins de Recrutamento', que deveriam ser chamadas de batidas ilegais, junto com a continuidade do Serviço Militar Obrigatório de jovens que são recrutados contra de sua consciência".
"Convidamos o presidente (Juan Manuel) Santos a tornar realidade sua promessa eleitoral e finalizar imediatamente o serviço militar obrigatório e as práticas de recrutamento de menores para sua infiltração em estruturas guerrilheiras", disseram as Farc na declaração, lida pela negociadora insurgente "Victoria Sandino".
Quando as Farc se comprometeram ano passado a não recrutar a menores de 17 anos, o governo da Colômbia avaliou favoravelmente essa decisão, embora a tenha considerado insuficiente, e naquele momento reivindicou que a guerrilha ampliasse essa medida aos 18 anos, conforme os critérios internacionais.
O governo também pediu então que a insurgência tirasse de suas fileiras os menores de idade que já estavam dentro da guerrilha, assunto sobre o qual nenhuma decisão ainda foi anunciada.