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FAO registra mais cereais e menos segurança alimentar

A Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas advertiu sobre a deterioração que sofre a segurança alimentar em algumas regiões do mundo


	Cereais: tempo é, como explica a FAO em seu relatório, uma das principais causas do declínio da segurança alimentar
 (Zandland/Wikimedia Commons)

Cereais: tempo é, como explica a FAO em seu relatório, uma das principais causas do declínio da segurança alimentar (Zandland/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 12h01.

Roma - A Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO) advertiu nesta quinta-feira sobre a deterioração que sofre a segurança alimentar em algumas regiões do mundo, especialmente na África, apesar de em 2013 ter atingido um recorde na produção mundial de cereais.

De acordo com a última edição do relatório "Perspectivas de colheitas e situação alimentar" que este órgão autônomo das Nações Unidas elabora a cada ano, a FAO fala sobre uma produção de quase 2,5 bilhões de toneladas, 8,4% a mais que no ano passado.

Apesar do aumento da produção, a FAO alerta que em algumas regiões do planeta, em especial na África, os níveis de segurança alimentar estão diminuindo.

Em países do Sahel (África Ocidental), como Chade, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal, os cultivos e pastagens foram afetados neste ano, segundo o organismo internacional, por causa de um início tardio da temporada de chuvas e sua curta duração.

Além disso, a situação no Mali poderia levar a uma nova onda de insegurança alimentar e desnutrição entre 2013 e 2014, um fenômeno acentuado pelo deslocamento de um grande número de malineses devido aos distúrbios civis, que estão contribuindo também para o fato na região.

O tempo é, como explica a FAO em seu relatório, uma das principais causas do declínio da segurança alimentar.


Na África meridional, onde a seca atrasou a semeadura, os preços permanecem em níveis recordes em vários países, apoiados pela baixa oferta em 2013/2014.

Por outro lado, nas Filipinas, 14 milhões de pessoas foram afetadas pelo tufão Haiyan, que obrigou a FAO a realizar um apelo à sociedade internacional para arrecadar mais de US$ 30 milhões que foram destinados à reabilitação agrícola do país.

Outro dos fenômenos que contribuiu para o declínio no cultivo alimentar de algumas regiões do planeta são as guerras e conflitos civis.

A FAO alertou que os contínuos conflitos no Iêmen e na Síria resultaram em uma grave insegurança alimentar, com 6 e 4,5 milhões de pessoas, respectivamente, que necessitam de ajuda emergencial.

De acordo com o Índice de Preços dos Alimentos publicado hoje pela FAO, eles se mantiveram estáveis em novembro.

Um dos produtos que mais encareceu no mês passado foi o azeite, enquanto foi registrada uma forte queda nos preços do açúcar e da carne. Já os lácteos se mantiveram estáveis.

O índice da FAO mede a variação mensal dos preços internacionais de uma cesta de cinco grupos de produtos básicos, incluindo cerca de 73 cotações de preços.

A FAO também prevê que a alta na produção de cereais se ajuste em 2014, o que fará com que as reservas mundiais aumentem para 572 milhões de toneladas no final das safras agrícolas de 2014, representando 13,4% a mais que no ano anterior, quase 68 milhões de toneladas.

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