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Famílias de militares dos EUA fazem fila para pegar presentes de Natal

A situação econômica é difícil para todos nos EUA com a aproximação do Natal, inclusive para as famílias de militares

Os soldos dos militares são mais altos do que nunca, mas estão longe de ser uma fortuna
 (Saul Loeb/AFP)

Os soldos dos militares são mais altos do que nunca, mas estão longe de ser uma fortuna (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 10h34.

Fort Belvoir - Uma das maiores bases militares dos Estados Unidos é cenário de uma situação pouco comum: famílias fazem longas filas do lado de fora de um depósito para conseguir, de graça, presentes de Natal para colocar debaixo da árvore.

A situação econômica é difícil para todos nos Estados Unidos com a aproximação do Natal, inclusive para as famílias de militares que esperam pacientemente para obter brinquedos, bicicletas e dispositivos eletrônicos que foram doados para serem dados a seus filhos.

"Como para qualquer outra família, estes são tempos difíceis", afirma o sargento Israel Taylor, de 32 anos e pai de dois meninos, veterano da guerra do Iraque e atualmente designado na guarda de honra do cemitério nacional de Arlington, em Virgínia.

"Felizmente, por estar no Exército, podemos ter acesso a programas como o USO, que doam coisas assim para nos ajudar", comentou, por sua vez, sua filha Tracie, que sonha ganhar a boneca Monster High, atualmente muito na moda.

A USO (Organizações Unidas de Serviço) é uma entidade sem fins lucrativos que oferece serviços de recreação para elevar o ânimo do pessoal militar americano em todo o mundo.

Sua filial em Washington organiza o projeto USO Elf (USO Duende), que cresceu rapidamente depois da recessão que atingiu os Estados Unidos em 2008 e cujas consequências continuam sendo sentidas. Este ano beneficiará o número recorde de 1.600 crianças.

No ano passado, a USO e o Banco de Alimentos da Área da Capital se uniram para dar alimentos de graça a cerca de 300 famílias em Fort Belvoir, quase uma cidade dentro de outra cidade no sul de Washington DC, que apoia 31.000 efetivos militares e pessoal civil.


"A crise econômica atinge as famílias militares como faz com todos nós", afirmou Crystal Benton, porta-voz da USO, enquanto as famílias recebiam os presentes embrulhados em papel vermelho brilhante, entregues por voluntários usando gorro de Papai Noel ou fantasiados de duendes.

Os soldos dos militares são mais altos do que nunca, mas para os soldados, e principalmente para suas famílias, o total está longe de ser uma fortuna, especialmente ante o aumento dos preços dos alimentos e combustível.

As rendas dos militares oscilam entre 1.400 dólares para um soldado, 2.700 dólares para um sargento e pouco mais de 10.000 dólares para um general.

E, em nível nacional, o salário médio por lar era de 4.200 dólares por mês em 2009, segundo os dados recentes da Agência de Censo dos Estados Unidos.

Muitos dos presentes doados ao projeto USO Elf proveem de empresas que trabalham para o Pentágono, como a Raytheon, o maior fabricante de mísseis teleguiados do mundo, que forneceu 50 bicicletas.

A DynCorp International, um empresa militar privada, doou 1.600 iPods (um para cada criança relacionada), que, no mercado, custam 199 dólares cada um.

A sargento Jesssica Wells, de 28 anos, fuzileira naval há quase uma década - e mãe de dois meninos, de sete e cinco anos, que querem um microscópio e brinquedos dos Backyardigan de Natal -, disse que o forte sentido de solidariedade ajuda a superar os problemas.

"Acho que há muito apoio dos militares, o que ajuda um pouco mais que entre a população civil", admitiu Wells, que também agradece pelo fato de os militares pagarem os gastos médicos de seu marido doente.

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