Mundo

Familiares de vítimas de Orlando processam empregador do agressor

Os parentes consideram que a esposa do agressor e seu empregador conheciam as intenções de Omar Mateen e poderiam ter evitado o ataque

Massacre em Orlando: A esposa de Mateen, além disso, enfrenta acusações de colaboração, cumplicidade e obstrução da Justiça em uma corte na Califórnia (Maxim Zmeyev/Reuters)

Massacre em Orlando: A esposa de Mateen, além disso, enfrenta acusações de colaboração, cumplicidade e obstrução da Justiça em uma corte na Califórnia (Maxim Zmeyev/Reuters)

E

EFE

Publicado em 22 de março de 2017 às 16h32.

Orlando - Parentes das vítimas do massacre de 49 pessoas em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em 2016 anunciaram nesta quarta-feira que acionaram na Justiça a esposa do agressor e seu empregador, por considerarem que ambos conheciam as intenções de Omar Mateen e poderiam ter evitado o ataque.

No processo legal, apresentado em uma corte da Flórida, sobreviventes e familiares das vítimas acusam de "negligência e morte injusta" a companhia G4S, onde Mateen trabalhava como swegurança, e responsabilizam também sua esposa Noora Salman.

"Em mais de uma ocasião, Noora Salman e Omar Mateen visitaram o clube Pulse, antes de 12 de junho (de 2016) como parte do plano de ação que resultou no massacre a tiros", assinalaram os advogados no processo.

A esposa de Mateen, além disso, enfrenta acusações de colaboração, cumplicidade e obstrução da Justiça em uma corte na Califórnia, onde vive agora.

"Noora conhecia as intenções de Mateen e, ao invés de alertar as autoridades, ficou calada, como uma cúmplice", disse hoje em entrevista coletiva em Orlando o advogado Antonio Romanucci.

A defesa quer uma compensação de US$ 75 milhões em danos e também que o processo sirva de plataforma para promover leis que previnam o porte de armas de fogo para pessoas mentalmente instáveis.

Os litigantes questionaram que a G4S, uma das maiores empresas de segurança do mundo, que emprega milhares de guardas de segurança, não averiguou adequadamente Mateen.

"A G4S sabia que Mateen era propenso a levar consigo uma arma de fogo a lugares onde não estava autorizado para isso, muito antes de empregá-lo como guarda de segurança", detalhou a defesa no processo.

Romanucci disse que, ao invés de supervisionar seu trabalho, a G4S elevou a categoria de sua licença para o porte de armas.

"Minha vida mudou para sempre. Despertar de um coma de dois meses para saber que não voltarei a andar e que perdi quatro amigos naquela noite, jamais poderei esquecer o horror daquela noite", disse Juan José Cuffino Rodríguez, uns dos sobreviventes presentes na entrevista coletiva.

Cuffino tem esperança de que o processo prospere e ajude para que tragédias "que podem ser evitadas", como a ocorrida no boate gay Pulse em Orlando, não se repitam.

Omar Mateen, um guarda de segurança que tinha jurado lealdade ao grupo terrorista islamita Estado Islâmico (EI), entrou armado com um fuzil de assalto e uma pistola automática no clube noturno e, após matar 49 pessoas, foi abatido pelas autoridades na cena do crime.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)FlóridaLGBTMassacres

Mais de Mundo

Capitólio dos EUA se blinda contra possíveis protestos durante visita de Netanyahu

Kamala e democratas aceleram estratégia de atacar Trump em comício em Milwaukee

Líderes do Senado e da Câmara dos EUA endossam candidatura de Kamala Harris

Wegovy da Novo Nordisk é aprovado no Reino Unido para prevenção cardiovascular

Mais na Exame