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Falta de testes no Brasil aponta para subnotificação de covid-19, diz OMS

OMS destacou que o Brasil realiza poucos testes em relação ao tamanho de sua população e que o número de casos deve ser maior do que o oficial

 (Victor Moriyama/Getty Images)

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Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 22 de junho de 2020 às 14h13.

Última atualização em 22 de junho de 2020 às 17h32.

O Brasil ainda realiza poucos testes para coronavírus em relação ao tamanho de sua população, o que significa que o número de pessoas com covid-19, doença causada pelo vírus, deve ser maior do que o registrado, disse Mike Ryan, da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira.

Segundo Ryan, os casos de coronavírus agora estão atingindo seu pico em alguns países grandes e populosos ao mesmo tempo, em parte devido ao aumento dos testes. Ele citou especificamente uma grande alta no Brasil.

"Certamente houve um aumento nos casos" no Brasil, disse ele em uma entrevista online, acrescentando que houve "aumentos preocupantes" em toda a América Latina.

Com o registro de 601 mortes em 24 horas, o Brasil fechou este domingo, 21, com 50.659 vítimas da covid-19, e 16.851 novos casos, chegando a 1.086.990 no total.

Eventos religiosos ajudam a espalhar covid-19

Muitos países que têm tido sucesso no combate ao novo coronavírus estão vendo um aumento no número de novos casos devido a eventos religiosos e outras situações de vulnerabilidade, como o retorno de expatriados, disse a especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

"Qualquer oportunidade que o vírus tiver, ele irá aproveitar. É realmente importante que os países estejam em posição de detectar rapidamente esses casos", disse ela em entrevista online.

O chefe do programa de emergências das OMS, Mike Ryan, disse que parece haver novos surtos na Coreia do Sul ligados a casas noturnas, abrigos e parques de diversão, e que descobertas em águas residuais no norte da Itália mostraram que é possível que o vírus estivesse circulando na região antes que alguém percebesse.

Ryan também afirmou que a OMS emitirá mais orientações sobre a retomada das viagens aéreas nos próximos dias, à medida que os países começam a afrouxar as restrições causadas pelo coronavírus.

"Não é um dilema fácil... Não há risco zero", disse ele.

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