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Falta de solução à crise influenciou eleições, avalia Merkel

"Avançamos na busca de soluções, mas não temos ainda uma solução duradoura" para a chegada incessante de refugiados, disse Merkel


	Angela Merkel: "Avançamos na busca de soluções, mas não temos ainda uma solução duradoura"
 (Fabrizio Bensch / Reuters)

Angela Merkel: "Avançamos na busca de soluções, mas não temos ainda uma solução duradoura" (Fabrizio Bensch / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 11h45.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, admitiu nesta segunda-feira que seu partido, União Democrata-Cristã (CDU), vive um "dia difícil", após as eleições realizadas em três "Länder" (estado federado), e atribuiu à queda na sua votação à falta de uma "solução duradoura" para a crise migratória.

"Avançamos na busca de soluções, mas não temos ainda uma solução duradoura" para a chegada incessante de refugiados, o que "criou insegurança nos cidadãos, à qual é preciso responder com medidas em escala europeia e nacional".

A chanceler e líder da CDU indicou que o fechamento das fronteiras na rota dos Bálcãs teve como consequência uma "redução clara" da chegada de refugiados ao país, mas advertiu que isso não pode ser uma situação permanente.

Merkel reiterou a necessidade de haver distanciamento do populismo de direita, representado pelo Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido que ontem se sagrou vencedor moral do pleito, já que ficou como terceira e até como segunda força, enquanto a grande coalizão da primeira-ministra sofreu uma forte perda de votos.

Na Saxônia-Anhalt, o AfD obteve um grande êxito eleitoral, com mais de 20% dos votos, e também conseguiu cadeiras nos parlamentos regionais de Baden-Württenberg, onde teve 15,1%, e Renânia-Palatinado, com 12,6%.

Nos três estados federados onde houve eleições neste fim de semana, o sucesso do novo populismo de direita mudou o mapa político, e obrigará à formação de novas coalizões.

Na Saxônia-Anhalt não há maioria suficiente para continuar a coalizão entre a CDU e o Partido Social-Democrata (SPD), o que obrigará seu primeiro-ministro, Reiner Hasselhof, a buscar um acordo com os Verdes, caso continue a se recusar a formar uma aliança com o AfD.

Em Baden Württenmberg, os Verdes - do primeiro-ministro Winnfried Kretschmann - foram o partido mais votado, com 30,3%, superando o CDU, que obteve 27%.

A atual coalizão, entre os verdes e social-democratas não poderá ser reeditada, já que o SPD obteve apenas 12,7%.

Na Renânia-Palatinado, o SPD, da primeira-ministra Malu Dreyer, ganhou com 36,2%, à frente dos 31,8% da CDU, mas sem maioria suficiente para manter sua aliança com os Verdes, que obtiveram apenas 5,3%.

O AfD, fundado em 2013, era originariamente um partido eurocético, mas por causa da crise migratória adotou tinturas xenófobas e recrutou o voto de protesto contra a chegada de refugiados.

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