Ahmed Moaz al-Khatib, líder da nova coalizão da oposição: os conflitos no país começaram em 2011 e rapidamente escalaram para uma guerra que tem acentuado divisões internas (Khaled Desouki/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 13h28.
Beirute - Um grupo de facções islâmicas extremistas da Síria rejeitou a nova coalizão opositora do país, dizendo, em um vídeo, que o grupo formou um "Estado islâmico" na cidade de Aleppo e frisando que não quer nenhum tipo de relação com o bloco apoiado por países do Ocidente.
O vídeo é uma reação à Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS), formada no último dia 11, no Catar, para unificar os grupos que tentam dar fim ao regime do presidente Bashar Assad. A coalizão é liderada por um popular clérigo islâmico e é vista como uma forma de contrariar a crescente influência de extremistas islâmicos na rebelião que dura 20 meses e já deixou mais de 36 mil mortos.
O comunicado feito por 13 facções radicais e postado em um site de militantes na noite de domingo sugere que os extremistas suspeitam da nova coalizão. Eles rejeitaram o que chamaram de "projeto externo" e declararam a cidade de Aleppo, onde diversos grupos radicais têm lutado, um "Estado islâmico".
"Somos os representantes dos grupos que lutam em Aleppo e declaramos nossa rejeição ao projeto de conspiração chamado de aliança nacional", disse o comunicado. "Concordamos em estabelecer um Estado islâmico e rejeitar projetos externos." A autenticidade do vídeo não pôde ser confirmada, mas ele foi divulgado em um site que apresenta comunicados da Al-Qaeda e outros militantes.
Os conflitos na Síria começaram como protestos pacíficos em março de 2011 e rapidamente escalaram para uma guerra que tem acentuado as divisões internas do país. Muitos dos que tentam depor Assad são muçulmanos sunitas, enquanto o regime é dominado por alauítas, seguidores do grupo xiita. As informações são da Associated Press.