Explosão de bomba em mercado mata três na Tailândia
Escondida em uma moto, a bomba explodiu no mercado de Pimonchai, no centro de Yala
AFP
Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 08h37.
Três pessoas morreram nesta segunda-feira (22) na explosão de uma bomba em um mercado no sul da Tailândia , região que é palco de uma rebelião separatista muçulmana - informou a Polícia.
Escondida em uma moto, a bomba explodiu no mercado de Pimonchai, no centro de Yala.
"O último balanço é de três mortos", declarou à AFP o porta-voz das forças de segurança da região, Pramote Prom-in.
Há 24 feridos, que não correm risco de morte, de acordo com o hospital local.
"Todos os feridos são budistas", indicou um funcionário do centro médico.
Entre os três falecidos, dois são budistas, e o terceiro, muçulmano.
"Testemunhas explicaram que os suspeitos haviam estacionado o ciclomotor na frente de uma barraca que vendia carne de porco, 10 minutos antes da explosão", informou o policial encarregado de investigar o ataque.
Esse detalhe reforça a hipótese de um ataque da rebelião muçulmana, uma vez que os budistas, minoria nessa região, comem carne de porco, ao contrário dos muçulmanos.
"É o primeiro grande ataque no centro de Yala nos últimos dois anos", lembrou o policial.
Os ataques na região sul do país costumam ser emboscadas contra comboios militares, ou assassinatos contra pessoas consideradas cúmplices do poder central, como funcionários públicos, ou até mesmo professores.
O conflito separatista no extremo-sul da Tailândia, país de maioria budista, causou 235 mortes em 2017, número inferior ao registrado em anos anteriores, de acordo com a organização Deep South Watch. A maioria das vítimas era civil.
Embora não receba grande atenção da imprensa mundial, essa rebelião ocorre a algumas centenas de quilômetros das praias turísticas do país asiático. São cerca de 7.000 mortos desde 2004.
Nesta região, que fazia parte da Malásia até o início do século XX, a Tailândia realizou uma política de assimilação de muçulmanos indígenas.
Desde a chegada da junta militar ao poder após um golpe de Estado em maio de 2014, e apesar das negociações de paz paralisadas, os ataques são menos frequentes.