Mundo

Expectativas de mudança no câmbio chinês antes do G-20, diz WSJ

Muitos economistas agora não esperam uma mudança antes de setembro

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Pequim - Parece cada vez menos provável que a China mude sua política cambial antes da reunião do G-20 que será realizada nos próximos dias 26 e 27, no Canadá - uma perspectiva que ameaça restaurar o ciclo nocivo de críticas de legisladores dos EUA e defensiva do governo de Pequim, como afirma reportagem do Wall Street Journal. Em abril, o consenso entre os economistas de que a China pudesse agir sobre o câmbio até o fim de junho havia aumentado.

No entanto, muitos economistas agora não esperam uma mudança antes de setembro e os mercados de derivativos de câmbio também estão contando com uma chance muito menor de apreciação do yuan. Pessoas que se reuniram com autoridades chinesas recentemente afirmam que não parece haver disposição para um movimento como esse em breve e autoridades dos EUA também não estão otimistas.

Nos últimos dias, oficiais chineses rejeitaram fortemente os pedidos internacionais para que o país afrouxe seu câmbio altamente controlado. As autoridades estão tentando descartar qualquer discussão sobre o assunto quando o presidente chinês, Hu Jintao, se encontrar com o colega norte-americano, Barack Obama, e outros líderes das grandes economias mundiais no Canadá, na próxima semana.

Ontem à noite, o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Cui Tiankai, afirmou que o yuan "é a moeda da China e isso não é uma questão que a comunidade internacional deva discutir".

Mas ainda é possível que a China possa fazer algum movimento sobre o yuan na época da reunião do G-20. Autoridades chinesas têm afirmado que pretendem eventualmente voltar para a política anterior à crise global, que gerenciava a taxa cambial diante de uma cesta de moedas - uma prática que resultou em ganho de 21% no yuan sobre o dólar entre 2005 e meados de 2008.

A reunião do G-20 tinha surgido como um prazo não oficial para que a China tratasse das críticas internacionais sobre sua taxa de câmbio, depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, adiou no início de abril a publicação de um relatório do Tesouro sobre questões cambiais. Na ocasião, o plano era criar uma janela para que a China pudesse mudar sua política sem parecer estar fazendo isso por pressão internacional.

Porém, a China nunca sinalizou publicamente um cronograma para mudar seu regime cambial e autoridades dos EUA afirmam que nunca receberam qualquer plano firme da China para tanto. Somado a isso, o comentário de ontem do vice-ministro de Relações Exteriores chinês parece marcar um endurecimento da posição da China sobre o assunto.

O desejo da China de esperar por mais certezas sobre o cenário econômico não se ajusta ao calendário político dos EUA. Geithner não pode adiar indefinidamente a publicação do relatório cambial e, com a aproximação das eleições que serão realizadas nos EUA no fim deste ano, as críticas do Congresso norte-americano provavelmente vão aumentar. Com isso, a China terá mais dificuldades para encontrar um momento tranquilo para tomar uma atitude.

As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCâmbioChinaIuaneMoedas

Mais de Mundo

Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Apagão cibernético já gerou cancelamento de quase 1.400 mil voos pelo mundo; veja situação por país

António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

Parlamento de Israel votou contra criação de Estado palestino por considerar 'ameaça existencial'

Mais na Exame