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Exército egípcio lança operação contra reduto islamita

Forças de segurança egípcias iniciaram operação contra reduto islamita, em meio a campanha de repressão contra partidários do presidente deposto Mohamed Mursi

Membros da Irmandade Muçulmana: forças de segurança egípcias executam uma campanha de repressão contra os partidários de Mursi, que chamam de "terroristas" (Mahmoud Khaled/AFP)

Membros da Irmandade Muçulmana: forças de segurança egípcias executam uma campanha de repressão contra os partidários de Mursi, que chamam de "terroristas" (Mahmoud Khaled/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 11h02.

Cairo - As forças de segurança egípcias iniciaram nesta quinta-feira uma operação contra um reduto islamita perto do Cairo, em meio a uma campanha implacável de repressão contra os partidários do presidente islamita destituído Mohamed Mursi.

A troca de tiros entre as forças de segurança e os terroristas na localidade de Kerdasa, nas proximidades do Cairo, terminou com a morte do general Nabil Farrah, chefe adjunto da polícia da província de Guizeh.

O governo instalado pelo comandante do exército, general Abdel Fatah al-Sisi, prometeu erradicar o "terrorismo" no Egito, que atribui aos simpatizantes de Mursi — derrubado em 3 de julho pelo exército — e à Irmandade Muçulmana.

Centenas de manifestantes que exigiam o retorno de Mursi morreram na repressão de agosto, assim como dezenas de policiais e soldados em confrontos e ataques. Mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo grande parte da liderança do movimento.

O exército e a polícia do Egito entraram na manhã desta quinta-feira na localidade de Kerdasa, controlada por grupos islamistas.

Em 14 de agosto, 10 policiais morreram em Kerdasa em um ataque contra a delegacia local, poucas horas depois do início no Cairo da violenta dispersão dos partidários do presidente Mohamed Mursi.

"A operação tem por objetivo desalojar os elementos terroristas da localidade e encontrar os autores do massacre de 14 de agosto", disse uma fonte das forças de segurança.

Na data, enquanto centenas de soldados e policiais matavam centenas de manifestantes pró-Mursi nas praças Rabaa al-Adawiya e Al-Nahda do centro do Cairo, a televisão estatal exibia imagens dos corpos mutilados dos policiais de Kerdasa.


"As forças de segurança continuam com a operação em Kerdasa", afirmou o porta-voz do ministério do Interior, Hani Abdel Latif, três horas depois do início da ofensiva.

"No total, 14 suspeitos foram detidos e não vamos parar até limpar a localidade de todos os terroristas e criminosos", completou.

Na segunda-feira, o exército assumiu o controle de Delga, cidade de 120.000 habitantes no centro do Egito, que estava sob o domínio de partidários de Mursi, acusados pelas autoridades de incendiar igrejas.

"Delga e Kerdasa estão entre as consequências mais nefastas do regime da Irmandade Muçulmana", disse Latif.

Como demonstração latente da tensão no país, com vários ataques nos últimos dias, o metrô da capital foi paralisado na manhã desta quinta-feira por mais de uma hora após um alerta de bomba.

Mas os dois supostos explosivos encontrados na via de uma estação da zona sul da capital eram falsos.

"Eram sacos de cimento com cabos elétricos para que as pessoas acreditassem que eram bombas, mas não continham nenhuma substância explosiva", disse uma fonte do ministério do Interior.

Após o golpe militar de 3 de julho, que provocou a queda e detenção de Mursi, o exército instituiu um governo provisório, responsável por redigir uma nova Constituição e por organizar eleições legislativas e presidenciais no início de 2014

Desde então, as forças de segurança egípcias executam uma campanha de repressão contra os partidários de Mursi, que chamam de "terroristas".

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